Triste
Primeiro gostaria de dizer que o rádio especialmente o AM de Curitiba me parece cada dia mais triste. Não falo pelos colegas, falo por mim, pelo que conheço de rádio e pelo que vivi no rádio durante essas quatro décadas que nele estou envolvido. Gostaria de responder há muitos que me tem contatado, que estou fora do rádio de Curitiba e do rádio em si desde 7 de Maio de 2007. Recebi convites, mas decidi aguardar um pouco. Criei este blog onde escrevo sobre esportes, especialmente sobre o futebol. Já foram mais de 1.100 matérias desde 20 de fevereiro. Não pretendo mais opinar sobre a qualidade do rádio de Curitiba. Vou guardar minha opinião doravante a sete chaves. Sempre procurei repassar o que aprendi ao longo dos anos nas emissoras que trabalhei. Alguns assimilaram outros depois que saí aproveitaram as minhas idéias sem dar crédito. Enfim, essa é a cultura atual de quem faz rádio. E não é só aqui não.
Contatos
Como estou fora do rádio, tenho tido pouco contato com o meio. Converso com o Capitão Hidalgo, Eduardo Vieira, Roberto Caetano, Oldemar Kramer, Osires Nadal e só. Na verdade tenho tido mais contato com companheiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e especialmente de São Paulo. Os companheiros de Curitiba estão em situações diferenciadas. O Capitão Hidalgo é analista esportivo da Rádio Difusora, emissora que ocupa o segundo lugar no rádio AM de Curitiba. O duro é ver o Capitão Hidalgo – será que ninguém enxerga isso ou seria de propósito – fora dos estádios, sem comentar os jogos. Ele comanda A Hora do Capitão após as partidas e raras vezes vai ao estádio para comentar. Acho que ele perdeu um pouco do entusiasmo, especialmente depois da idiotice que se cometeu com ele e demais profissionais na extinção da equipe de esportes da B-2. Eduardo Vieira, grande comentarista e amigo é próspero empresário na área de compressores e dedica ao rádio um amor fora do comum atuando também na Rádio Difusora. Roberto Caetano trabalha como técnico de operação externa há 25 anos ou mais, prestando serviço a Globo/CBN, sempre ajudando a todos, nas mais delicadas situações. Osires Nadal, na verdade Dr. Osires Nadal, depois que fixou residência em Curitiba, está fora do rádio, exercendo sua profissão de advogado. Quer voltar ao meio. Trabalha com essa possibilidade e está caminhando para isso. O que me causou muita alegria nas últimas semanas foi o retorno de Oldemar Kramer ao microfone. O Professor ficou um ano fora. Voltou para comandar o Plantão Esportivo da Rádio Difusora. No dia 1º de Novembro completou 50 anos como Plantão Esportivo, e não poderia estar ausente do microfone. Kramer me disse outro dia que também estava muito triste com a realidade do rádio de hoje.
Lamentável
O que está prejudicando a audiência do rádio esportivo em Curitiba já foi detectado. A opinião é geral. Tenho sido abordado no supermercado, na rua, nos restaurantes por pessoas das mais diversas áreas da sociedade. Não vou relatar aqui o que essas pessoas disseram a respeito dos profissionais que atuam no rádio de Curitiba. Vou emitir uma opinião que é minha e que eu diria de 90% das pessoas com as quais tenho falado. “O que está acabando com o rádio esportivo – e não é só aqui – é o bairrismo, o fanatismo, o profissional de rádio se travestindo de torcedor do clube, falando como torcedor, informando, narrando e opinando como torcedor e não como profissional”. O dia que esse quadro se modificar “O rádio esportivo vai melhorar, a audiência do rádio esportivo vai subir, as cotas de publicidade vão melhorar”. Rádio é coisa séria, ou deveria ser. Deixou de ser pela falta de competência de quem comanda e de quem é comandado.
Ao radialista
Se você é radialista ou pretende ser radialista tenha sempre em mente que “Não se pode dimensionar o universo de pessoas que lhe ouvem”, por isso emita palavras e opiniões que sirvam para informar e educar. É isso aí.
NR: Transcrito do site www.carosouvintes.com.br
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