quarta-feira, 14 de julho de 2010

O FUTEBOL ESTÁ QUEBRANDO

A Espanha ser confirmada como primeira do ranking da FIFA não é nenhuma novidade. O que também não é novidade é a “quebra do futebol” em alguns países. Assunto que tenho debatido há muito tempo, mas, que passa desapercebido por aqueles que o comandam. Hoje as notícias da Europa apenas confirmaram o que tenho abordado: “Os campeonatos nacionais da Espanha, Inglaterra e Itália são insustentáveis financeiramente e estão muito perto do abismo”. O problema constadado são os elevados salários dos jogadores de acordo com pesquisa da consultoria AT Kearney. Foram analisados os principais campeonatos nacionais da Europa - Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália - e apresentaram números assustadores. Somente os campeonatos da Alemanha e da França são rentáveis, mas, com baixos percentuais, 2% e 1% respectivamente. O Espanhol com 7%, Inglês com 5% e italiano com 12% de receita negativa. Nesses países organizações de outros segmentos tem rentabilidade média de 4%. A mesma pesquisa aponta que se as Ligas da Espanha, Inglaterra e Itália fossem empresas declarariam falência em espaço inferior a dois anos.

Investimentos
A pesquisa também registra que não será nenhuma novidade se admitir que alguns clubes poderão encerrar suas atividades a médio prazo. O balanço negativo na transferência de jogadores é apontado como principal fato. Ele subiu para 566 milhões de euros, algo em torno de Um bilhão e 300 milhões de reais na temporada 2009/2010. Os espanhóis lideram o ranking negativo no seu campeonato com menos 257 milhões de euros, a seguir o campeonato alemão com menos 118 milhões e o Inglês com menos 91 milhões. Por fim a pesquisa mostra que nos últimos três anos as equipes inglesas investiram 1 bilhão de euros e os espanhóis aproximadamente 600 milhões. Nesse aspecto Barcelona e Real Madrid são os clubes que mais contratam as chamadas "estrêlas" do futebol internacional.

Complicado
Esse quadro de acordo com a pesquisa da AT Kearney não incentivará nenhum investidor “economicamente racional” a interessar-se por negócios no futebol. Cita ainda a consultoria que o futebol germânico é o mais rentável pois aproveitaram bem os investimentos feitos nos estádios na Copa de 2006. Os clubes aplicam aproximadamente 100 milhões de euros para revelar e formar novos jogadores. Com isso as despesas com contratações e salários acabam diminuindo. Em síntese: “Está na hora dos dirigentes colocarem o pé no freio”. Aqui embora não se tenha números reais, o problema também toma proporções gigantescas de acordo com as dívidas dos clubes reveladas de quando em vez.
Opinião
Infelizmente hoje jogadores de pouca qualidade só falam em "milhões". Todos tem o direito a ganhar para levar uma vida com qualidade. Mas, no caso do futebol os exageros ultrapassam qualquer análise lógica. Quando o futebol "tinha qualidade", os "craques" recebiam salários pelo menos 80% inferiores ao que se paga hoje. Depois que apareceram os "empresários" o futebol mudou seu roteiro. O dinheiro corre à solta e a bola está ficando cada vez mais quadrada. Temo pelo futuro do futebol profissional. Ele precisa ser redimensionado à partir dos salários que se pagam aos jogadores e também aos técnicos. É pelos altos salários e as facilidades que qualquer "perna de pau" tem em fazer grandes contratos que o futebol "está quebrando". Muito triste termos que abordar mais uma vez essa situação que se deve a falta de visão dos que dirigem o futebol. O futebol mudou para pior e está cada vez mais delapidando o patrimônio dos clubes.