quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O GRANDE RÁDIO ESPORTIVO BRASILEIRO


Nas décadas de 70, 80 e 90 o rádio esportivo brasileiro viveu com certeza seus anos de ouro. Participei desse período em que as emissoras estavam presentes nos grandes acontecimentos dentro e fora do país. Os tempos hoje são outros. Sou do tempo em que os amistosos da Seleção Brasileira (que tinha qualidade) na Europa, Estados Unidos e Ásia eram acompanhados por 10 a 15 emissoras de rádio. Não havia tempo ruim para o rádio esportivo. Amistosos dentro do país então nem falar. Partidas importantes no Morumbi, Maracanã, Mineirão, Beira-Rio e outros grandes estádios registravam a presença de 40 a 50 emissoras. Lembro-me de um amistoso em Teresina em 1989 quando o Brasil enfrentou o Paraguai numa quarta-feira à tarde o Estádio Alberto Silva estava completando lotado e para transmitir o jogo parecia estar dentro de um formigueiro tal era a quantidade de emissoras presentes. As transmissões ao vivo das rádios brasileiras em jogos de futebol estão cada vez mais raras. Ainda na sexta-feira 7 de Setembro, feriado nacional fui comentar pelo Sportv3 a goleada que o Atlético Paranaense aplicou no Grêmio Barueri na Arena de Barueri. Ao chegar ao estádio cruzei com três repórteres e um operador de externa das rádios de Curitiba. E foi só. Nos meus tempos de B2 com Sidnei Campos e depois na Rádio Cidade com o Capitão Hidalgo não havia distância que nos separasse. Que o digam os amistosos de Valência, Tel Aviv, Copa Umbro na Inglaterra, Copa América no Uruguai em 1995, Torneio de Toulon em 1996 pela Rádio Clube Paranaense. Ou os amistosos da Seleção em 1997 em Miami, Seul, Osaka, Oslo, o Torneio da França ao lado do Capitão Hidalgo na Rádio Cidade de Curitiba. Imaginem Joseval Peixoto, Osmar na Jovem Pan, Fiori Gigliotti e Mauro Pinheiro na Bandeirantes, Haroldo Fernandes, Alfredo Orlando, Milton Camargo, Ávila Machado na Tupi, Pedro Luís e Mário Moraes na Rádio Nacional, Milton Peruzzi, Barbosa Filho e José Italiano na Rádio Gazeta, Jorge Curi, Waldir Amaral, João Saldanha, Mário Vianna, Washington Rodrigues e Denis Menezes na Globo, Doalcei Bueno de Camargo e Rui Porto na Tupi, José Carlos Araújo na Rádio Nacional, Willy Gonser, Alberto Rodrigues e Oswaldo Farias na Itatiaia, Jaime Cisneros, Adilson Couto e Ralph de Carvalho na Clube de Pernambuco, Ivan Lima na Rádio Jornal do Commércio, Armindo Antônio Ranzolin, Ruy Carlos Ostermann e Lauro Quadros na Guaíba e depois na Gaúcha, Pedro Carneiro Pereira e Haroldo de Souza na Guaíba, Lombardi Junior e Capitão Hidalgo na Clube Paranaense onde não estiveram nestas décadas representando a essência do rádio esportivo brasileiro. Foi muito bom enquanto durou. Não é só a presença da televisão nos jogos que diminuiu a cobertura ao vivo das rádios. Falta respeito ao ouvinte e ao anunciante nos dias de hoje. É isso aí.