sábado, 10 de dezembro de 2011

UM CERTO CAPITÃO HIDALGO

Eu e Hidalgo no gramado de Wembley
em 1995 na Copa Umbro
Eu ainda estava engatinhando no futebol e caminhava para aquilo que se tornou a minha grande paixão, o rádio. Lá pelos anos 60 acompanhando as transmissões pelas emissoras de São Paulo e do Rio de Janeiro não perdia um só jogo. Fui me familiarizando com clubes e jogadores que eu já acompanhava através da À Gazeta Esportiva (jornal) e quinzenal que era uma revista com capa colorida e brilhante. Alguns jogadores começaram a chamar a atenção pelos nomes e pelas referências que os narradores, comentaristas e repórteres da época lhes atribuíam. Mão de Onça, Zeferino, Poy, Rosan, Leônidas, Pinga, Baltasar, Jutz, isso sem falar em Bellini, Mauro Ramos de Oliveira, Gilmar dos Santos Neves, Mengálvio, Coutinho, Dorval, Pelé, Pepe, Castilho, Pinheiro, Zizinho, Telê Santana, Dida, Dequinha, Garrincha e Zagalo até chegar a Hidalgo. O nome chamou minha atenção ainda maior quando o Clube Atlético Juventus e depois o XV de Novembro de Piracicaba excursionaram por Santa Catarina. Foram jogar na minha cidade, Blumenau. Não assisti aos jogos, mas acompanhei pelas rádios locais.

Cleber Hidalgo, eu, Capitão Hidalgo e Isaias
Bolinha Bessa em Oslo (Noruega) em 1997
Passados vários anos, já como narrador da Jovem Pan de São Paulo, Osmar Santos e eu recebemos certo dia a visita de José Hidalgo Neto, o Capitão Hidalgo, ex-jogador do Juventus, XV de Piracicaba e que se tornou no grande ídolo dos anos 70 no Coritiba Football Club. Almoçamos num restaurante da Avenida Miruna e o papo foi sobre futebol, rádio e publicidade. Nossa amizade foi aumentando até que em 1989 nos tornamos companheiros na Rádio Tupi de São Paulo, na equipe comandada por Barbosa Filho e estivemos juntos no Mundial de 90 na Itália. Em 1996 pela primeira vez fui trabalhar com Capitão Hidalgo na Rádio Cidade de Curitiba o que se repetiu depois na Globo/CBN. Viajamos muito atrás dos clubes do Paraná e especialmente da Seleção Brasileira. Hidalgo levou o rádio de Curitiba aos mundiais de 1978, 1982, 1986 e outros pela sua dedicação e por grandes anunciantes para tal. Hoje Capitão Hidalgo participa do Show de Bola da Rede Massa (SBT) de Curitiba e comenta futebol na 91FM. Comandou a equipe de esportes da Rádio Universo, Clube Paranaense, Cidade, Globo, Tropical. Foi o responsável ao lado de Lombardi Junior, Carneiro Neto, Sidnei Campos e outros grandes companheiros de Curitiba por levar o rádio curitibano e paranaense pelo mundo afora. Capitão Hidalgo mora no coração de todos os paranaenses, especialmente da torcida coxa-branca. Temos conversado semanalmente pela internet e sei que hoje se sente como um pássaro preso na gaiola. As viagens, os longos papos estão fazendo falta a ele e há muitos outros grandes profissionais, hoje ignorados em favor de verdadeiras aberrações que estão no ar. Espero que em 2012 alguém abra a portinhola para que o Capitão Hidalgo voe novamente por esse mundo que DEUS criou. É isso aí, mingau.