sábado, 29 de março de 2008

A morte anunciada do rádio AM no Brasil


A preocupação com o rádio AM brasileiro não é só minha. No e-mail, no orkut, no blog recebo diariamente referências a respeito da situação do rádio AM em nosso país. Estão querendo “matar” mesmo o rádio AM. Um dos e-mails cita até que o rádio AM vai acabar, como que prevendo o pior. Não só não concordo com essas afirmações como vou mais longe. “Tem muita gente interessada em acabar com o rádio AM, isso parece se confirmar cada dia. É o caso dos próprios fabricantes de rádios para carros e portáteis que não sei por que preferem produzir rádios só com a freqüência FM. Rádios com Ondas curtas então nem falar”. E para mostrar que as críticas e alertas não são exclusividade minha, transcrevo hoje comentário postado pelo jornalista Sérgio Guimarães, grande companheiro de outras jornadas e correspondente de várias emissoras brasileiras no Rio de Janeiro. Sérgio é o repórter mais bem informado dentro da CBF.

Descaso

O comentário de Sérgio Guimarães foi publicado na quarta-feira (26) no site www.papodebola.com.br do grande Edu César de Porto Alegre, o namorado titular de Singklews Markiueubsw, estrela maior da música pampesca.
“Eu precisei comprar um aparelho de rádio AM/FM com som digital para servir de apoio nas transmissões dos meus jogos e eis a surpresa: andei pelo heterogêneo Centro do Rio, pela moderna Barra da Tijuca, bairro dos shoppings e pela tradicional Tijuca numa peregrinação sem fim. Em todas as lojas que eu entrava a resposta era sempre a mesma: “só temos MP3, MP4 ou rádio FM”. Por fim, consegui a muito custo e a muita procura achar um bendito aparelho. Foi só depois dessa procura que me lembrei da matéria de um blog de comunicação, onde alguns jornalistas, inclusive de Rádios AM, afirmavam que não existe mais rádio AM, ao menos em cidades grandes como Rio e São Paulo. Segundo eles, os novos ouvintes não foram educados para aprender a ouvir AM e a tecnologia também não evoluiu para essa faixa de onda. Na época, estas afirmações me deixaram preocupado e um tanto indignado, pois eles, como eu, também trabalham em AM e deveriam, ao menos, fazer um esforço mínimo para mudar esse quadro e não simplesmente aceitá-lo de forma tão pacífica. Hoje, mantenho minha indignação com os colegas, afinal eu amo o rádio AM e não aceito a degradação que o veículo vem sofrendo nos últimos anos.

PreocupanteContinua a narrativa de Sérgio Guimarães. “Hoje realmente, de um modo geral, os jovens não ouvem rádio e AM muito menos. A garotada do século XXI infelizmente não ouve rádio, não lê livros e nem jornais, e só anda com os benditos MP3 e fones nos ouvidos. Por isso, eles não sabem de quase nada que fuja do seu universo virtual, egoísta e restrito, e por isso também mal sabem o que ocorre no Brasil e no mundo, mal sabem ler e escrever, e acabam por diminuir as demandas por aparelhos de rádio AM, livros e jornais.Hoje o rádio vem sendo sucateado na sua filosofia e perdendo espaço para grupos religiosos, que, com seu poder financeiro, arrendaram várias das mais tradicionais rádios do Brasil, deixando desempregados seus funcionários e órfãos seus ouvintes, que, talvez desiludidos, tenham deixado um pouco de lado a paixão pelo rádio.

Sintonia e gênios

Sérgio Guimarães aborda outro aspecto crucial que o rádio AM de hoje enfrenta.
“Outro problema do rádio moderno diz respeito à dificuldade que o rádio AM tem para pegar bem nas grandes cidades, como Rio e São Paulo, devido à propagação das mais variadas ondas eletromagnéticas da vida atual.Há ainda, ao meu ver, o mais grave dos problemas. Hoje em dia, devido a todos os fatores anteriores, existe uma escassez muito grande de boa mão-de-obra no rádio, pois houve pouca renovação em vários setores, como por exemplo na área de operadores de externa e até mesmo de áudio. Há também pouquíssimos novos repórteres de rádio surgindo, bem como produtores, pois a garotada hoje usa o rádio de trampolim para a TV, assessoria e sites da internet, que pagam mais, o que não permite aos jovens sua maturação profissional no veículo e, conseqüentemente, sua especialização. Essa falta de gente capacitada no rádio infelizmente tem trazido para as emissoras uma “praga moderna”, que vem atacando as rádios brasileiras, com raras e louváveis exceções, onde graças a Deus estão incluídas as emissoras em que eu trabalho Brasil afora.A praga moderna do rádio foi a criação em cativeiro dos “novos gênios”, grupo de tecnocratas do rádio, profissionais que supostamente deveriam deter conhecimentos técnicos sofisticados e específicos do veículo rádio, mas que na realidade, paradoxalmente, não passam de reles ex-focas, que saíram das redações dos jornais direto para as editorias das maiores rádios AM do Brasil. Essa nova raça de “radialistas” muitas vezes sequer pegou num microfone ou fez uma reportagem ao vivo, mas com arrogância e despreparo vêm fazendo um esforço enorme, mesmo que inconsciente, para acabar com o rádio AM.Os novos gênios do rádio querem soluções rápidas e imediatas para problemas sócios-políticos-econômicos e culturais, que se arrastam há anos. E para tal, a melhor solução dos “gênios” é globalizar o rádio. A solução é acabar com tradições, acabar com o tripé “música, esporte e notícia”, acabar com o regionalismo e com toda antiga ordem das coisas. A ordem é renovar e, para tanto, joga-se fora antigos conceitos e velhos profissionais, como se tudo o quanto existia antes nunca tivesse sido bom.A nova ordem dos “gênios” é fazer do rádio uma espécie de Internet auditiva, como se isso, por si só, fosse a solução milagrosa para o futuro do rádio”.

Os absurdosCompletando sua análise o Sérgio diz. “Na prática, e falando apenas como mero ouvinte, juro por Deus que nunca vi e nem ouvi tanta barbaridade pelas ondas do rádio. São repórteres, locutores, redatores e editores lendo, escrevendo e reescrevendo o que sai na Internet e se prestando ao papel de respondedores de “chats”, como se fossem telefonistas modernos do novo rádio. Isso quando a coisa não cai na vulgaridade e no chulo, novos ingredientes que vem “apimentando” com força total as programações dos novos gênios, inclusive nas transmissões esportivas. Estas então estão sendo invadidas pelos Djs e Mcs, que estão sendo colocados ali pelos “gênios” como animadores de jornadas disfarçados no papel de âncoras, para o desespero, tenho certeza, de nomes como Waldir Amaral, Jorge Curi, Pedro Luiz, Fiori Gigliotti e Oswaldo Faria, que lá do Céu devem estar chorando lágrimas de sangue, vendo seus legados transformados num circo dos horrores. Logo eles, coitados, que tantas inovações importantes trouxeram para o nosso amado rádio, e agora têm que assistir passivos a corruptora globalização transformar o rádio num mercado livre, onde se pode tudo, menos se ouvir um rádio novo, mas que respeite a tradição, o individualismo, a cultura, a ética e a necessidade de quem ouve - isso é claro, sem deixar de lado a prestação de serviço e o companheirismo, marcas primordiais do rádio, principalmente o AM. Vou ficando por aqui, torcendo para que o melhor jargão do rádio, criado, é claro, por São Waldir Amaral, que dizia: “você, ouvinte é a nossa meta”. Pensando em você é que fazemos o melhor" seja aprendido pelos novos gênios e repetido com louvor, pois o que é bom tem que ser perpetuado.

Captação

A coisa está tão difícil para o rádio AM que como diz o Sérgio Guimarães, que até os fabricantes de rádio ajudam a complicar. Vou mais além. Não só os fabricantes de rádios, como os das antenas para os automóveis também. Hoje os carros já saem de fábrica com antenas internas - um risco preto no vidro da frente ou no traseiro - outros com antenas de pequeno porte na parte superior da lataria que só captam bem as emissoras em FM. Aliás, antenas só para rádio FM mesmo. Quando passei pela Rádio News em São Paulo (2002-2003) senti o drama. A viatura que utilizávamos para o esporte não conseguia sintonizar a rádio com 100 KW de potência na Avenida Paulista (onde se localizavam os estúdios) e nas transversais. Lembrei das antigas antenas Truffi e Olímpus. Pedi ao operador de externa, Nilton Lopes, o Cabeção que procurasse por uma dessas antenas. Certa manhã me ligou da Zona Leste dizendo. “Chefe, achei uma antena. Custa R$ 45. Quer que coloque”. Mandei colocar. A partir daquele dia o rádio da viatura da News passou a sintonizar todas as rádios paulistanas na mais paulista das avenidas e por toda grande São Paulo.

Ninguém a favor

Pra fechar o assunto e para que os senhores, senhoras, jovens, senhoritas e o respeitável público como dizia o saudoso Oswaldo Moreira na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, saibam. Descobri a agência que cuidava das contas do fabricante Olimpus.
Fui recebido por Ricardo Natale na agência Gas da Rua Arizona, 4º andar, próximo a Rede Globo de Televisão, na zona sul, em São Paulo. Propus uma campanha para divulgação da antena o que contribuiria para a comercialização, e para a salvaguarda do Rádio AM do Brasil. Isso foi em 2003. Até hoje estou esperando uma resposta da agência.


Matéria postada no site http://www.carosouvintes.com.br/ que assino semanalmente.

Invasão de privacidade

A anunciada reportagem da Revista Placar sobre o destino do ex-jogador e comentarista da Rede Globo de Televisão, Walter Casagrande Junior, pode ser configurada como invasão de privacidade. O excelente Alberto Helena Jr. manifestou sua indignação no blog que assina no site da Uol. Ele escreve.
“Neste meu meio século vagando pelas redações de jornais, rádio e TV, confesso, não consegui reunir convicção sobre a tênue linha que separa o público e o privado das celebridades. Eis por que trato desse assunto com enorme constrangimento, me questionando sempre se o médico que trata do nosso querido Casão teria o direito de revelar à revista Placar o estado clínico do ex-craque e comentarista da Globo licenciado. E, até onde a publicação estaria prestando um serviço público ao editar esse material. Casagrande: uma só vida vale mais do que qualquer interesse ou convicção. Outro dia mesmo, a Folha publicou entrevista com uma das fontes mais cristalinas do melhor jornalismo, onde minha geração bebeu sabedoria do ofício, o jornalista norte-americano Gay Talese, a propósito da queda do governador de Nova York, colhido em milionárias transações com a prostituição de alto luxo. A moral da história, segundo Talese, não estava no fato de o cidadão recorrer aos préstimos da mais antiga de todas as profissões, mas na hipocrisia de quem se elegeu governador e ganhou fama justamente pelo combate à corrupção, sobretudo, a rede de prostituição, enquanto na intimidade praticava tudo aquilo que publicamente condenava. É a velha parábola do falso moralista. Não é esse o caso em pauta. Casão nunca enganou ninguém, a não ser, talvez, a si mesmo. Vive não do nosso dinheiro, de impostos, essas coisas. Vive do dinheiro ganho com seu talento e suor nos campos de futebol e de sua inteligência diante dos microfones. E, sabe-se por que tramas do destino, caiu na armadilha trágica da dependência química e psicológica das drogas, uma doença amaldiçoada, por insidiosa e persistente. Só me resta, como amigo e admirador, tanto do craque quanto do comentarista e do ser humano, desejar que ele, enfim, se livre dos tentáculos invisíveis mas de extensão infinita das drogas, na esperança vã de que a estupidez humana não venha a julgá-lo sob o crivo daquele falso moralismo que já destruiu tantas vidas por esse mundão afora. E esperar que essa entrevista da Placar possa, de alguma forma, colaborar para o restabelecimento de Casão, pois uma só vida, seja da celebridade ou do anônimo da rua, vale mais do que qualquer interesse ou convicções que possamos ter.
Parabéns Alberto Helena Jr pela brilhante análise ,a qual também me associo.

Clássico decisivo

Neste sábado Fenerbahçe e Besiktas farão o último clássico do Campeonato Turco da temporada 2007/2008. A partida será no estádio Inonu do Besiktas situado no lado europeu da cidade de Istambul. O site http://www.fellegger.com.br/ traz mais detalhes.
"Faltando 7 rodadas, 4 equipes seguem na briga pelo título. Fenerbahçe e Galatasaray têm 60 pontos. Besiktas e Sivasspor tem 58 pontos. "É uma decisão porque é confronto direto. Dependendo do resultado, podemos aumentar a diferença em relação a eles", comentou Alex direto da concentração. Ao contrário do clássico Fenerbahçe e Galatasaray, onde o fator casa pesa. O jogo com o Besiktas apresenta um equilíbrio maior. Em 4 anos que Alex está no Fenerbahçe, foram 4 jogos no Inonu. São duas vitórias de cada equipe. "São jogos melhores, mais jogados, com mais condições técnicas. No ano passado ganhamos o título, jogando lá. Vencemos por 1x0. E eles também nos venceram no Saraçoglu. É muito diferente do outro clássico", concordou Alex. No total, foram 11 jogos desde que Alex estreou no Fenerbahçe. São 5 vitórias do Fenerbahçe, 4 vitórias do Besiktas e 2 empates. Nestes jogos, Alex marcou 3 gols e fez 4 assistências".

Taça Rio

Restando duas rodadas para o encerramento da Taça Rio, os quatro semifinalistas estão praticamente definidos. Só uma grande zebra vai tirar Botafogo, Fluminense, Flamengo e Vasco da Gama da próxima etapa. No grupo “A” o Fluminense lidera com 16 pontos, seguido do Flamengo com 15 e Duque de Caxias com 9. Nesse grupo o Fluminense enfrentará ainda o Botafogo e Madureira. Os adversários do Flamengo serão Madureira e Vasco da Gama. Como se vê um empate da dupla Fla-Flu em qualquer uma das partidas lhes dará a chance de seguir na Taça Rio. No Grupo “B” o Botafogo, do paranaense Cuca (foto) com a vitória sobre o Cardoso Moreira no meio de semana antecipou sua classificação. O time da Estrela Solitária soma 18 pontos, seguido do Vasco com 15 e do Madureira com nove. A briga pela segunda vaga está entre Vasco da Gama e Madureira. O Vasco jogará neste final de semana contra o Volta Redonda e na rodada final diante do Flamengo. Já o Madureira enfrenta o Flamengo neste sábado e na última rodada o Fluminense. Tudo faz antever que as semifinais serão eletrizantes. O primeiro do grupo “A” enfrentará o segundo do “B” e o primeiro do “B” o segundo do “A” em jogo único. Os vencedores decidem a Taça Rio. Se o CR Flamengo ganhar a Taça Rio será consagrado Campeão Carioca de 2008.

Tratores nos estádios

A foto abaixo lembra o antigo Estádio da Ilha da Madeira, junto a Marginal do Tietê em São Paulo. Pertenceu ao São Paulo FC. Hoje no local está erguido o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte da Assaociação Portuguêsa de Desportos. A lusa comprou o terreno em 1956 e construiu o atual estádio.

A inauguração do novo estádio ocorreu em 9 de Janeiro de 1972. No jogo inicial o Benfica com Eusébio e cia. derrotou a Portuguesa de Desportos por três a um. Posteriormente o estádio recebeu o nome do presidente Oswaldo Teixeira Duarte, que comandou o clube por longo período. Infelizmente como a foto atual mostra o Estádio do Caindé como é conhecido também não está concluído. Tinha uma previsão inicial para ter capacidade para 75 mil torcedores. Hoje com a necessidade de assentos individuais está reduzido para 20 mil lugares. Quem sabe agora com a lusa voltando a divisão principal do futebol brasileiro seus dirigentes (e a colonia portuguesa em São Paulo é enorme) se conscietizem da necessidade de terminar de vez a obras do estádio.
Conta-se que a inauguração dos refletores do estádio aconteceu em plena luz do dia. Mas, a mais picante de todas fala que depois de pronto, teriam esquecido um trator no gramado. Como era véspera da inauguração e não dava tempo para quebrar o fosso em volta do mesmo, resolveram enterrar o trator nos fundos do gramado junto a uma das traves. Brincadeira ou não a foto de reforma do gramado do Estádio Palestra Itália está deixando preocupado meu amigo palmeirense, grande humorista e produtor Guto Franco. Já o Moacir, o pai, prefere cantar o hino do clube e acreditar que este é o ano do título. Mas os torcedores perguntam. “Será que não vão esquecer o trator no gramado do Jardim suspenso”. Essas histórias são contadas pelo próprios torcedores dos clubes.