quinta-feira, 4 de julho de 2013

RADIAIS E ESPORTIVAS

O Corinthians saiu na frente na decisão da Recopa derrotando o São Paulo ontem à noite no Morumbi por dois a um, gols de Paolo Guerrero e Renato Augusto. O gol tricolor foi marcado por Aloísio. Mais de 31 mil pessoas prestigiaram a partida para uma renda superior a um milhão e duzentos mil reais. Sobre o jogo alguns detalhes: 1) – partida tecnicamente fraca. Os dois times jogaram um futebol sem qualidade. 2) – Já estou com saudades da decisão da Copa das Confederações. 3) – Duas falhas gritantes. De Cássio que falhou totalmente no gol são-paulino. E Rogério Ceni para provar o que tenho afirmado há mais de 10 anos (desde os tempos que narrei na Rádio News de São Paulo) que não sabe se colocar debaixo dos três paus. Além disso, está sem o reflexo que os goleiros precisam. No segundo gol do Corinthians estava quase na risca da grande área enquanto a jogada se desenvolvia uns dez metros antes. Estivesse pelo menos no interior da pequena área e a torcida tricolor não estaria lamentando a derrota. 4) – Os dois times mostraram que lhes faltam jogadores de mais qualidade. E é nas duas equipes, não só numa ou outra. 5) – O jogo foi uma correria com jogadas violentas e só.

Acompanhei o clássico paulista e os jogos da Copa do Brasil e Libertadores pela televisão e pelo rádio. Prestigiei a ESPN agora de retorno ao dial. Tem uma equipe com profissionais qualificados, porém com o mesmo erro que a Transamérica cometeu quando adotou a Record como parceira em 2011. Os ouvintes do produto ESPN não são os mesmos da Capital. Essa é uma emissora popular e na sua popularidade pelas presenças de Eli Correa, Paulo Barboza, Paulo Lopes e outros grandes comunicadores alavancaram uma grande audiência. A ESPN precisa adotar o estilo Capital nas narrações deixando de lado “bordões” que os jovens gostam. A Capital tem sua grande audiência na faixa dos 40 anos pra cima. É só olhar o IBOPE da emissora que tem 83% de audiência feminina contra 17 da masculina. Dos 10 aos 34 anos a Capital tem 13% de audiência. Dos 34 anos pra cima ela chega aos 87%. Linguagem para jovens não é a da Capital. E pra mudar isso, só se modificarem toda a programação.

Em outra emissora constatei mais uma vez que determinado locutor conhecido do grande público e com estilo vibrante tem prejudicado suas narrações com erros sucessivos na informação do tempo e do placar do jogo. Os erros são corrigidos quase sempre, mas, são erros que irritam para quem está ouvindo. Anunciar que o jogo está um a zero quando na verdade está empatado em um a um, falar que a partida está sendo disputada no primeiro tempo quando já está no segundo e trocar Fábio Santos do Corinthians por Juan do São Paulo, não pode acontecer.  
Escutei também boa parte do jogo Botafogo e Figueirense pela Copa do Brasil. Pelo que ouvi cabe à pergunta: pegaram o locutor a laço de última hora? Transmitir futebol no rádio precisa ter “dom”. Não é para qualquer um. É por isso que muita gente não houve mais transmissões esportivas pelo rádio. Grandes prefixos no Brasil estão abusando de colocar em suas jornadas esportivas jovens sem nenhuma condição para narrar futebol. Transmitir futebol no rádio é uma coisa, na televisão é outra. O rádio exige emoção e narração do jogo.
Quero esclarecer aos que leem esse blog que eu gostaria de estar aqui escrevendo e elogiando a qualidade do futebol e do que tenho ouvido no rádio todos os dias. Mas, não dá pra mentir. A qualidade do futebol é ruim e as transmissões esportivas no rádio seguem o mesmo caminho. Essas inovações que as rádios tentam fazer não tem o alcance que se espera mesmo porque quem gosta de ouvir futebol pelo rádio são pessoas com idade superior aos 25 anos. Os jovens sintonizam o futebol no rádio não especificamente por causa do futebol. Sintonizam pelas piadas e pela pornografia que rola solta em algumas emissoras. Fico muito triste com tudo isso.  Os que dirigem precisam orientar melhor seus jogadores começando por reativar a base do futebol a partir do fundamento o mesmo se aplicando no rádio esportivo. Ensinar a jogar não se ensina, o que se pode fazer é corrigir. O mesmo se aplica a narração esportiva no rádio.