domingo, 6 de abril de 2008

UM FATO EM FOCO

O domingo será de decisões nos campeonatos estaduais. No Paranaense com os quatro jogos da última rodada em Curitiba serão definidas três vagas para as semifinais. Por enquanto só o Toledo está classificado. Atlético e Paraná levam vantagem para garantir a vaga no Grupo “A”. O Coritiba de luto pela morte de seu ex-presidente Evangelino da Costa Neves vencendo o Toledo no Couto Pereira se junta a este como classificado no Grupo “B”. No Campeonato Paulista, São Paulo e Ponte Preta ganhando do Juventus e Santos respectivamente estarão nas semifinais com Guaratinguetá e Palmeiras. Esperando a vitória de suas equipes e torcendo pelas derrotas de São Paulo e Ponte Preta estarão Corinthians e Grêmio Barueri. No Carioca já está tudo consumado. Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama estão nas semifinais da Taça Rio. Na Itália a volta de Kaká deu nova dinâmica ao Milan que venceu ontem o Cagliari por três a um. Na Turquia o Fernerbahçe dos brasileiros Zico, Roberto Carlos, Edu Dracena, Alex e Devid está cada vez mais perto do titulo nacional. Ontem derrotou o Kayserispor por dois a um. Alex deixou sua marca somando agora 13 gols no campeonato. Em 187 jogos pelo time turco o paranaense já fez 93 gols. É isso aí.

Rádio e Tevê

Lá pelos anos 70 quando era repórter da Rádio Marconi e do Jornal Popular da Tarde, o competente Wanderley Nogueira Rizzo, envolveu-se numa situação única. Descia a Avenida Brigadeiro Luis Antonio com seu possante Fusca quando de repente observou uma briga generalizada. A sua frente Rubens Pecce, na época repórter da TV Gazeta de São Paulo, estava sendo agredido por várias pessoas. Wanderley Nogueira correu para ajudar o amigo e começou a distribuir socos e pontapés para todos os lados. Na confusão formada a frente da então sede da Federação Paulista de Futebol, alguém gritou. “Parem! Parem! Parem!”. Wanderley Nogueira se ajeitando e tentando socorrer Rubens Pecce ouviu em alto e bom som alguém gritar ao megafone. Parem com isso. Isto é uma filmagem. Você estragou a filmagem da cena. Rubens Pecce fazia pontas em filmes nacionais, e no local uma das cenas estava sendo filmada. Que coisa, hein Wanderley.


Uma das figuras mais simpáticas que conheci e com a qual convivi na Jovem Pan em São Paulo foi Natal Baldini. Tinha sempre uma história interessante para contar e deixava qualquer ambiente alegre. Usava calças com grandes bolsos onde os colegas diziam guardava chaves de fenda, martelos, alicates e até ventiladores. Baldini estava no Rio em 1962 ao lado de outra figura maravilhosa da equipe técnica externa que Bento de Oliveira comandou na Jovem Pan, Manoel Luzia Jaime. No Rio davam assistência técnica ao repórter Otávio Muniz nos treinamentos da Seleção Brasileira para o Mundial do Chile. Numa folga voltando da praia e chegando a portaria do Hotel receberam a informação de que o Sr. Baldini estava sendo procurado. Tomaram conhecimento que a Pan Am procurava localizar um passageiro com o nome parecido ao de Natal Baldini para embarcar para Paris. Identificado Natal Baldini não se fez de rogado. “Não estou escalado, mas se é para ir a Paris, vamos logo”. A sorte é que logo em seguida encontraram o verdadeiro passageiro. Natal Baldini, depois de prestar serviço na Jovem Pan por 56 anos veio a falecer no dia 17 de Novembro de 2004, aos 75 anos. Foto extraída do site http://www.miltonneves.com.br/


Escrevi no último domingo sobre locutores esportivos que também são cantores. Recebi e-mails sobre o assunto, um dos quais falando sobre meu amigo Reinaldo Costa atualmente na Rádio Eldorado/ESPN. Antes de voltar ao rádio em São Paulo, Reinaldo promovia shows na cidade de Cruzeiro de onde é natural. Ele me disse na época que estava cantando e com isso ganhando muito mais do que como locutor esportivo. E que só voltaria a narrar futebol se fosse por uma boa grana. Não sei se Reinaldo Costa continua cantando, mas, tem até CD gravado e segundo comentário emitido neste blog por pessoa que não se identificou, canta muito. Parabéns Rei.


Finalmente a novela Milton Neves depopis de muitos capítulos e mudança de enredo terminou. Ele acertou mesmo o seu ingresso na TV Bandeirantes. Depois da investida com Roberto Justus que o tirou da TV Record e o largou no meio da rua, o “cabeção” de Muzambinho tem confirmada sua presença no comando do Terceiro Tempo na TV do Morumbi. A estréia será dia 13 a partir das 21h30. O que parece estar certo neste momento é que a TV Bandeirantes colocará a disposição de Milton Neves e da produção os profissionais que já estão na emissora. Assim Osmar de Oliveira, Oscar Roberto Godói, Neto e Renato Fan poderão participar. Com a desistência da Brainers, o comentarista Paulo Roberto Martins acabou não acertando seu ingresso na TV Bandeirantes. Ele continua comandando o futebol da Rádio Record de São Paulo.


Você sabia que o radialista Otávio Muniz, da Rádio Panamericana que cobriu os mundiais de 1950/1958 e 1962 era pai de Tatá Muniz, ex-repórter da TV Bandeirantes. Otávio Muniz que na verdade se chamava Leandro Bruno, nasceu em Taiúva, interior de São Paulo. Na Rádio Panamericana – Jovem Pan – foi repórter, narrador e comentarista e nos anos 50 apresentava o programa Corinthians em Marcha. Trabalhou no rádio por mais de 50 anos. Era corintiano fanático sendo Assessor de Imprensa, por determinado período no clube. Faleceu em 14 de Outubro de 1986 aos 64 anos. Seu corpo foi velado na Capela do Parque São Jorge e o enterro acompanhado por 10 mil corintianos.



Já lhe contaram que Altieres Barbiero, locutor, cantor e poeta, que o Brasil aprendeu a ouvir e admirar pela Rádio Record com o programa A Volta do Sucesso, é paranaense de Mandaguari. Seu programa está no ar desde 1972. Hoje pela Rádio 9 de Julho de São Paulo das 12 às 13 horas; ele também comanda “A Família em primeiro lugar” das 13 às 15 horas, os dois programas de segunda a sexta-feira. Foi ele que abriu espaço para o Padre Marcelo Rossi no rádio quando era Diretor Artístico da Rádio América de São Paulo. Seus filhos Adriano Barbiero e Altieres Barbiero Junior seguiram os passos do pai. Adriano comanda a
madrugada da Rádio Capital de São Paulo e é responsável pelo site Bastidores do Rádio. Altieres Jr. está em Curitiba onde trabalha na equipe esportiva da Rádio Mais e edita o guia esportivo Concentração.

Fora de combate

Dunga treinador da seleção brasileira passou ontem por duas cirurgias no Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre. Retirou uma pedra na vesícula e operou o joelho esquerdo. O Dr. José Luis Runco, médico da seleção acompanhou a cirurgia de Dunga e disse que as mesmas não irão atrapalhar seu trabalho como técnico da CBF. Segundo o médico foi colocada uma placa no joelho esquerdo de Dunga, que o obrigará a utilizar muletas para se locomover. Dunga deverá deixar o hospital já no dia de hoje. A fisioterapia será iniciada em duas semanas e em 45 dias já poderá fazer exercícios físicos.

A VOZ DO BRASIL NO RÁDIO

As emissoras de rádio do Brasil enfrentam nos últimos anos grandes dificuldades para transmitir jogos de futebol. Acontece que o mundo globalizado levou as entidades por contratos estabelecidos com as redes de tevê a programar jogos para o horário em que se transmite a Voz do Brasil, o noticioso que há décadas é veiculado nas emissoras de rádio.

História

O mais tradicional noticiário de rádio do país, a Voz do Brasil tem por objetivo levar informação jornalística diária, sobretudo do Poder Executivo, aos mais distantes pontos do país. Sua primeira edição foi apresentada pelo locutor carioca Luiz Jatobá. Naquele período, chamava-se Programa Nacional. De 1934 a 1962, era levado ao ar com o nome de Hora do Brasil. A transmissão obrigatória do programa por todas as emissoras de rádio do país, em rede nacional, iniciou-se após 1938. Nos primeiros 25 anos, apenas os atos do Poder Executivo eram divulgados. Este perfil editorial mudou em 1962, quando o Congresso Nacional passou a integrar o noticiário. A partir daquele ano, o Senado e a Câmara dividiram a segunda meia hora do programa. Também em 1962 ocorre a mudança de nome, com o programa passando a chamar Voz do Brasil.


Dissertando

O brasileiro se acostumou a acompanhar o noticiário da Voz do Brasil desde o primeiro dia que foi ao ar (22 de Julho de 1935), mas a partir da expansão dos canais de televisão a situação mudou. Lembro da minha infância quando a gente passava pelas ruas do bairro e ouvia os rádios das residências sintonizados no programa. Atualmente a Voz do Brasil está sendo pouco ouvida. Tanto que o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que controla a TV Brasil, vai discutir na próxima reunião, marcada para 13 de maio, modificações. Hoje o programa é de veiculação obrigatória nas emissoras de rádio, das 19h às 20h. Uma proposta de alteração foi feita em recente reunião pelo advogado e conselheiro José Paulo Cavalcanti Filho. Foi dada por ele uma sugestão sobre o destino e não a extinção do programa. Cavalcanti classificou o programa, criado em 1932, como "resto do entulho autoritário" e disse que, se já representou um mecanismo para integração do País por meio do noticiário, hoje a "Voz do Brasil" não tem mais motivos para ter a transmissão diária obrigatória e com horário determinado. E foi além em suas declarações. "Os critérios que determinavam à obrigatoriedade envelheceram. É difícil acreditar que seja o único instrumento para o cidadão se informar sobre o Judiciário, o Legislativo e o Executivo. Penso que o conselho devia começar a discutir alteração na legislação, não sei ainda em que sentido. Como ouvinte, me sinto constrangido e gostaria de não ser obrigado a ouvir o programa das sete às oito da noite".

Problemas

Nos dias atuais nem todas as rádios transmitem o programa em seu horário das 19 horas. Muitas emissoras baseados em liminares, não veiculam o programa em seu horário normal em dia de transmissões esportivas. Mas, nem toda rádio se pode dar a esse luxo A grande verdade é que a tevê não transmite a Voz do Brasil e ainda prejudica o rádio nos jogos de futebol. Está mais do que na hora que os critérios sejam iguais para todos. Que todas as emissoras de rádio tenham o direito de transmitir em igualdade de condições o futebol como o faz a tevê. Quanto ao destino do programa, acho que já deu o que tinha que dar. Os tempos são outros e agora com a internet é muito fácil o acesso às notícias que antes só eram veiculadas pelas rádios. Que a reunião do dia 13 de Maio, data que em 1888 se assinou a Lei Áurea acabando com a escravatura no Brasil seja lembrada a partir deste ano como a data que pôs fim também aos problemas que a Voz do Brasil traz para o rádio.

* Coluna de Edemar Annuseck, publicada no site http://www.carosouvintes.com.br/ deste domingo (06.04.2008).