domingo, 28 de abril de 2013

RÁDIO, TELEVISÃO E BOLA


Uma bonita festa inaugurou ontem (extraoficialmente) as reformas do Estádio Mário Filho, Maracanã, no Rio de Janeiro. Grandes jogadores participaram do evento que confrontou os times de Ronaldo e Bebeto. Operários que trabalham na reforma do estádio, seus familiares, artistas e convidados participaram do jogo. A curiosidade ficou por conta das banheiras dos novos vestiários com luzes coloridas. Jogadores como Ricardo Rocha, Renato Gaúcho e outros entrevistados declararam: "Isso parede banheira de motel". O Maracanã ainda não está pronto. Para concluir as obras no entorno do estádio serão gastos mais 590 milhões de reais. Vinte e sete (27) mil pessoas presenciaram a reabertura do estádio. Houve problemas com a falta de transporte, segurança precária para o trabalho da imprensa. O jogo terminou com a vitória do time de Ronaldo por oito a cinco. 
A imagem de garoto-propaganda da Copa, do Santos e do futebol brasileiro de Neymar vai se diluindo aos poucos. Faturou muito e continua faturando tanto que nem precisaria mais jogar, pois está com o futuro garantido. Mas, não é esse o sentido que está sendo colocado em cheque. São as vaias pela falta de qualidade especialmente quando atua pela Seleção Brasileira podem encurtar o investimento que é feito em cima do seu nome.


Os estádios já prontos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo continuam dando o que falar. O amistoso Brasil e Chile realizado no Mineirão trouxe um caminhão de reclamações por parte dos torcedores. Trânsito congestionado, má orientação para serem localizados os assentos, fila imensas nas lanchonetes e teve até ingresso duplicado. Isso lembra o que aconteceu quase duas décadas atrás quando eu transmitia uma partida no Pacaembu. No intervalo do jogo dois torcedores se dirigiram a mim no local de transmissão da Jovem Pan exibindo dois ingressos idênticos de fila, numeração e preço. Fiquei com os ingressos, divulguei o caso na transmissão e no Jornal de Esportes do dia imediato. A Federação Paulista ligou pedindo para ver os ingressos. Entreguei a um funcionário que foi a minha residência e nunca mais tive notícia dos mesmos.
Marcelo Lima
Não é só em São Paulo que grandes profissionais do rádio e da televisão estão desempregados em favor das terceirizações que viraram lugar comum especialmente na mídia esportiva. Reinaldo Costa, Domingos Machado, Marcelo Lima, Sérgio Orindi, Vanderlei Ribeiro, Felipe Faccincani, Romeu César, Antônio Carlos Salles, Walter Parente em São Paulo, Fernando César, Jack Santos, Willians Lima, André York, Nelson Santos e Eduardo Vieira em Curitiba são alguns deles. Eu também faço parte dessa relação.

A vitória do Santos eliminando o Palmeiras nos pênaltis ontem à noite na Vila Belmiro mostrou mais uma vez que o futebol profissional do Brasil precisa de correções. O jogo na Vila Belmiro teve apenas 14 mil pessoas presentes quando jogado no Pacaembu ou Morumbi com certeza receberia pelo menos 40 mil. Será que os clubes não precisam de dinheiro. Outro fato foi a cobrança das penalidades máximas que deram ao Santos – com justiça pelo que apresentou durante o jogo – o direito a ir as semifinais do Paulistão. O goleiro santista Rafael defendeu duas cobranças. A primeira já batido por ter caído para o canto esquerdo contou com a sorte a seu favor pois a bola chutada no meio do gol bateu nas suas pernas. Na outra cobrança Rafael com a complacência da arbitragem (árbitro e assistentes) adiantou-se quase dois metros para saltar e evitar o gol. Vocês vão dizer que isso se tornou comum no futebol. É verdade. Mas, isso não é permitido nas regras do futebol. Regras, pra que regras! Já o Santos vai pegar o Mogi Mirim que goleou o Botafogo por seis à zero, nas semifinais do Paulistão.
Imagens de sexta-feira (26.4) do site
do CA  Paranaense
O rádio esportivo de Curitiba vai ter problemas a partir da reinauguração da Arena da Baixada. O presidente Mário Celso Petraglia afirmou que os veículos de comunicação para cobrir os jogos terão que efetuar o pagamento de determinada taxa para trabalhar. Lá por 2008 se não me falha a memória Mário Celso Petraglia já tentou colocar em prática essa sua filosofia. Na época não deu certo. E agora será que as rádios terão mesmo que pagar pela utilização de cabines e outros espaços?

Enquanto a RedeTV coloca no ar um programa esportivo só com jornalistas a Bandeirantes aumenta seu quadro de comentaristas colocando o Dr. Marco Aurélio Cunha para participar como efetivo de sua programação. Cada vez mais os canais de televisão utilizam menos jornalistas especializados em favor de pessoas conceituadas sim, mas, que não são especificamente da área. Isso mostra a falta de poder dos Sindicatos de classe que servem apenas como figurantes nos dias atuais.