Cadê o dinheiro da televisão? Cadê o dinheiro das
publicidades? Cadê o dinheiro das transações de jogadores? Essas perguntas
estão na boca dos torcedores dos clubes brasileiros. As dívidas dos clubes para
com o governo e outras instituições vão aumentando diariamente e confesso que
não vejo solução a curto, médio ou até longo prazo. Se os clubes recebem altas
quotas da televisão, das publicidades e da venda de jogadores porque estão de “pires
na mão”? A partir do momento em que a televisão comprou os campeonatos todo
mundo riu de orelha a orelha e se esqueceu dos torcedores. Os estádios tiveram
sua capacidade reduzida e mesmo assim poucos recebem lotação total até em
grandes jogos. Também pudera pelos preços praticados o torcedor tem que ficar
em casa mesmo que é o que a televisão quer. Quer vender o pay-per-view e com
isso esvaziando os estádios. Mas não é só isso; a violência das torcidas
organizadas e os altos preços dos ingressos contribuem cada vez mais para o
afastamento do torcedor. Alguns clubes já começaram a acordar para a situação.
A televisão e as publicidades pagam quotas que não sustentam mais os clubes. Agora resolveram baixar os preços dos ingressos para tentar trazer de volta o torcedor aos estádios. Já é um começo. Aliás, torcedor que sempre
foi à razão de ser dos clubes e do futebol. No meio de semana tivemos média de
R$ 10,03 para o jogo da Série “B” entre América de Minas e Joinville que levou
19.562 pessoas ao Mineirão. Na partida Ponte Preta vs. Vila Nova o ingresso
médio foi da ordem de R$ 8,38. Isso prova que com o ingresso
barato, apesar da violência e dos horários dos jogos, o torcedor prestigia. Para mudar o quadro atual os clubes deveriam cobrar quotas maiores da televisão e reduzir os salários dos jogadores e treinadores. Quem sabe possa ser esse o caminho para salvar o nosso futebol. É isso aí.