Nos anos 70 o neerlandês Marinus Jacobus Hendricus Michels - Rinus
Michels - o general, criou para o futebol mundial a “laranja
mecânica”, também conhecida como "futebol total". Essa forma de jogo copiava em parte o estilo de jogar de um quinteto de basquetebol. Todos avançando, todos voltando, todos marcando e
encurtando os espaços. Anos depois surgiu o “futebol caipira” introduzido por Osvaldo
Alvares, o Vadão no Mogi Mirim. Claro que havia diferenças pela categoria dos
jogadores, mas a semelhança foi logo reconhecida. Telê Santana criou e aplicou no São Paulo nos anos 90 uma forma de jogar futebol
com objetividade e alegria. O toque rápido da bola, de pé em pé procurando
abrir espaços para a chegada ao gol consagraram essa filosofia de jogo. O São
Paulo tinha craques para isso e chegou a duas conquistas sul-americanas e mundiais. sob seu comando. Agora surge o sucessor de Telê Santana dentro do próprio São Paulo: Ney Franco.
Não que tenha copiado inteiramente a forma de jogar, mas não está longe. O
que falta para que se repita o que Mestre Telê Santana implantou são na verdade jogadores com
mais qualidade e categoria. Quando o São Paulo rola a bola de pé em pé na
intermediária (irritando torcida e adversários) e às vezes chegando ao ataque e recuando até para o goleiro é porque não há espaço para se executar a jogada. Ney quer que o tricolor atraia o time adversário para depois armar
o golpe. A estratégia é maravilhosa, mas ainda precisa ser aprimorada e com reforços. O futebol pela falta de jogadores de qualidade nos dias de hoje, poderia ser revolucionado com outro esquema que
eu particularmente gostaria que alguém colocasse em prática. Futebol como se joga basquetebol durante os 90 minutos. Todos atacando, todos defendendo e marcando
ao mesmo tempo. Mas para isso os jogadores terão que se tornar “superatletas”
com preparo físico que ainda não existe. Não custa sonhar. É isso aí.