quinta-feira, 23 de novembro de 2017

RÁDIO E TV: SOM



Para quem gosta de ouvir o futebol pelo rádio com as imagens da televisão ou mesmo ao vivo nos estádios pelos aplicativos dos celulares normalmente se aborrece.

Era comum ver nos estádios os torcedores com rádio colado ao ouvido ou utilizando o fone para ver o jogo e ouvir a transmissão do seu locutor ou rádio preferida. De uns tempos a essa parte com o avanço da tecnologia o rádio portátil no caso deixou de ser o grande companheiro do torcedor nos estádios.
Hoje se ouve as transmissões pelos aplicativos dos celulares. Escuta-se a rádio, mas não pelo rádio portátil como antes. Aí se ouve as reclamações cada vez mais constantes como “o locutor está transmitindo com muito atraso”; “O gol já aconteceu e só agora ele está narrando”. 
Tudo isso tem uma explicação, o delay (delei): (Delay é o termo técnico usado para designar o retardo de sinais em circuitos eletrônicos, geralmente o atraso de som nas transmissões via satélite).

Tempo (de atraso de um sinal, em reverberação, eco, ou em equipamentos eletrônicos em geral). Em alguns casos o atraso do som da rádio com relação à imagem chega há 17 segundos ou mais. E a mais de 1 minuto pelo som da rádio na internet. Já não bastasse ter que concorrer com a televisão, o rádio concorre também hoje com o sistema operacional. No momento em que o som e a imagem forem iguais o rádio aumentará sua audiência consideravelmente nos estádios. Quem não vai ao estádio ou não está assistindo pela televisão esse problema não é percebido. 

Lembro-me da final da Copa da Inglaterra (Copa Umbro) em 1995 no Estádio de Wembley. Transmiti em companhia do Sidnei Campos pela extinta Rádio Clube Paranaense, a B2. Já tínhamos transmitido os jogos de Birmingham e Livepool quando o Brasil derrotou respectivamente a Suécia por um a zero e o Japão por três a zero. Não tivemos nenhum problema com a transmissão do modo convencional de quatro (4) fios (transmissão e retorno) via Embratel. Na final em Londres, já instalados para a abertura da jornada tomamos um susto.

Não havia o circuito (ou linha) de transmissão a quatro (4) fios. Rapidamente a BBC (que cobrava 1.700 dólares pela assistência técnica) conseguiu dois telefones e com eles fizemos uma transmissão perfeita na vitória sobre a Inglaterra por três a um. De volta a Curitiba Airton Cordeiro, Diretor de Esportes da B2 queria saber por que eu narrei os gols antes da televisão.

O “delay” da televisão foi o responsável por isso. Hoje as transmissões esportivas não adotam mais o sistema convencional, pelo menos a maioria. Hoje o telefone digital é a principal ferramenta para as transmissões esportivas ou jornalísticas. Está explicado? É isso aí.