sexta-feira, 20 de setembro de 2013

FUTEBOL DOS EMPRESÁRIOS!


Um dia Randal Juliano me disse na cabine do Morumbi antes de um jogo do São Paulo: “Porque você não fala lá vai o Tricolaço” quando o São Paulo estiver atacando. Comecei a falar naquele dia. Na semana seguinte na Praça Jules Rimet onde se vendia de tudo encontrei as camisas são-paulinas com os dizeres “tricolaço”. Há décadas falo nas minhas transmissões algumas expressões como “a bola está rolando no gramado do...”, criei o João Paulo (Santos FC como o “Papinha da Vila) numa alusão na época ao Papa João Paulo II”. Inventei o deu replay ao lance, sinal vermelho pra você (nome do goleiro) cuidado aí porque numa dessas a casa pode cair (na cobrança de uma falta), tem cheiro de gol no ar, olha em tua volta garoto que a galera está com o grito de gol preso na garganta (quando vai ser cobrado o pênalti), toda a galera está vibrando nessa (nome do goleiro) depois do gol acontecido, Lúcio Flávio o passageiro da alegria (alusão ao filme Lúcio Flávio o Passageiro da Agonia), a Pan... norâmica do jogo juntando opinião ao nome Jovem Pan. Foram muitas frases até chegar a usar um termo que se consolida cada vez mais: “O futebol deixou de ser um esporte para se tornar num grande negócio”. Isso se torna cada vez mais real em nosso futebol. Nos treinamentos das divisões de base dos clubes tem muito olheiro-empresário. Mal o jogador surge já conseguem a autorização para cuidar de suas carreiras com a assinatura do primeiro contrato por parte do pai ou responsável. Daí pra frente seja o que DEUS quiser. Hoje os empresários mandam na maioria dos clubes brasileiros. Tem clube com mais de 40 jogadores no elenco profissional. 70% deles sem a qualidade que um dia o futebol brasileiro teve. E as despesas. Ficam para serem pagas com as publicidades, cotas da televisão, venda de camisas e outros produtos do clube e com o que se arrecada daqueles que pertencem ao quadro associativo. Feitas as contas no final do mês falta dinheiro para pagar tudo. Enquanto isso os empresários e os jogadores nos desfilam mais modernos e caros carrões nacionais e importados. E o clube como fica, não fica, ou melhor, fica devendo cada vez mais. Esse comentário é uma homenagem a Luiz Antônio Venker Menezes, 51 anos, gaúcho de Passo do Sobrado, conhecido no esporte como Mano Menezes. Após comunicar sua saída do Flamengo ontem à noite após a derrota para o Atlético Paranaense afirmou: “Se ficasse no Flamengo iria enganar a torcida”.  É isso aí.