A TELEVISÃO MANDA NO FUTEBOL!

O craque paranaense Alex concedeu entrevista ao jornal esportivo Lance falando sobre nosso futebol, mandos e desmandos. Agradeço as declarações do Alex para mostrar que não estou pregado sozinho no deserto. Hoje o futebol do Brasil depende em primeiro lugar das verbas distribuídas pela Rede Globo detentora dos direitos dos campeonatos. Depois entram na somatória dos rendimentos as publicidades nas camisas, vendas de camisas e as mensalidades dos associados. Essa última atividade está sendo reativada pelos clubes brasileiros. Nunca deveriam ter esquecido seus torcedores, seus associados, mas, maravilharam-se com as verbas distribuídas pela televisão e muitos se esqueceram dos seus torcedores. Acontece que o futebol ficou caro demais para os clubes e mesmo como todos esses recursos tem clube com a “corda no pescoço”. Suas dívidas aumentaram e não há como diminuí-las. O futebol continua sendo o grande produto da televisão, por enquanto. Alex disse na entrevista que jogar às 21h50 ou 22 horas está fora da realidade brasileira, e está mesmo. Acontece que isso começou a ser adotado por determinação da televisão. Assim como o artilheiro Saulo do Paraná Clube afirmou que os empresários escalam as equipes nos dias de hoje, a televisão marca os jogos que lhe interessa para os horários que lhe interessa. Essa é a realidade do futebol brasileiro. Alguém tem dúvida disso? É isso aí.

MORREU ÊNNIO RODRIGUES

Desaparece mais um consagrado narrador esportivo do rádio brasileiro. Faleceu hoje Ênnio Rodrigues Caraça, 78 anos, o grande locutor esportivo que tinha como marca registrada “O que vale é bola na rede”.

Começou na A Voz Araraquarense vindo para o rádio da capital trazido por Pedro Luís para formar no famoso Scratch do Rádio da Bandeirantes ao lado de Fiori Giglioti, Flávio Araújo, Mauro Pinheiro, Barbosa Filho, Luís Augusto Maltoni, Roberto Silva, Ethel Rodrigues, Chico de Assis, Borghi Junior, José Paulo de Andrade, Jota Hávila, João Zanforlin, Alexandre Santos, Paulo Edson e muitos outros nomes do rádio esportivo brasileiro. Teve participações também em programas de televisão da própria Bandeirantes, Gazeta, Cultura e Jovem Pan. Depois do Mundial de 1990 trabalhou na Rádio Tupi sob o comando de Barbosa Filho. Nos últimos anos voltou a Tupi onde narrou e depois chegou a ser comentarista.

Ênnio Rodrigues esteve com o microfone da Bandeirantes nos Mundiais de 1966, 1970, 1974, 1978 e 1982. Presidiu a ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) por quatro anos.