quarta-feira, 6 de novembro de 2013

FUTEBOL É DO POVO E PARA O POVO


Não aguento mais os comentários do ex-presidente do Corinthians que dizem quer ser presidente da CBF. Aí mesmo que o nosso futebol vai para o espaço. Esse senhor que aumentou as dívidas do Corinthians na sua gestão volta e meia resolve criticar outros clubes, mais especificamente o São Paulo FC. Não tenho, nem quero ter procuração para defender ninguém. Com quase cinco décadas no jornalismo esportivo não posso concordar com as arbitrariedades que hoje tomaram conta do futebol brasileiro. Futebol de pouca qualidade, futebol de salários fora da realidade e de dirigentes desqualificados. Reclamar que o São Paulo baixou os ingressos é coisa de quem não conhece nosso futebol. Ele quer tirar o povo dos estádios. Aliás, fez isso quando presidente do clube cobrando ingressos fora da realidade nos jogos realizados no Pacaembu. O futebol sempre foi um esporte popular em nosso país. De uns tempos a essa parte os “gênios” que apareceram entenderam que ele deveria se transformar num esporte elitizado. Estádios com menor capacidade, preços altos e grandes lucros, sem pensar no torcedor e na qualidade do futebol. Por ser um esporte popular o futebol brasileiro deveria ter preservado estádios com capacidade para 100 mil pessoas. Acontece que a televisão para levar sua parte na fatia resolveu bancar os direitos dos campeonatos sem se preocupar com o torcedor nos estádios. A televisão quer o torcedor fora dos estádios, em casa, comprando os pacotes para assistir seu time jogar.  É exatamente isso que está acontecendo. O Brasil é um país com 200 milhões de habitantes e com muita pobreza espalhada. Nós não estamos na Europa. Ainda somos um país do terceiro mundo onde se rouba cada vez mais. É isso que ninguém leva em conta. Futebol é coisa de brasileiro. Os clubes a partir dos seus dirigentes são os grandes culpados da situação atual. Inflacionaram o futebol pagando salários astronômicos para jogadores de pouco talento. É hora de acordar para a realidade adequando salários, estabelecendo preços para os ingressos com a importância e a qualidade dos jogos. É isso aí.