segunda-feira, 5 de outubro de 2015

PRAZO DE VALIDADE!


Laticínios, embutidos, bebidas entre outros produtos tem estampado em seus invólucros a data de fabricação e da validade. Pois agora chegou a vez do rádio, especialmente o esportivo. Está entrando na fase do Prazo de Validade. Pelo Brasil afora se lê, se ouve e se publica sobre terceirizações e demissões no rádio. Sobre venda ou espaço para terceiros entre os quais igrejas. Também tenho ouvido dos mais novos na área esportiva que os “tempos são outros”. Sim realmente são outros e cada vez pior. No caso do rádio esportivo as invenções ultrapassaram o limite e perderam o prazo de validade. Quando a Jovem Pan colocou no ar o Show de Rádio, sucesso absoluto nos anos 70, o rádio esportivo seguia sua filosofia implantada desde o nascedouro com narrações sérias, sem invenções. O humor era colocado no ar quando a bola estava parada no intervalo ou final do jogo. Com o desaparecimento desse programa produzido por Estevam Victor Leão Bourroul Sangirardi na Jovem Pan e depois Bandeirante apareceram novos “gênios” criando “monstros” que o tempo está engolindo. O rádio esportivo, com exceções, virou um besteirol sem precedentes. Pedro Luiz, Fiori Giglioti, Waldir Amaral, Jorge Curi, Pedro Carneiro Pereira se vivos estivessem estariam indignados com o que se ouve hoje. Poucas das grandes emissoras que conheço e ouço mantém o “padrão de qualidade” do rádio esportivo que é transmitir, comentar, entrevistar e informar. Humor, pornografia e papos furados não cabem durante as transmissões esportivas. A preocupação de informar quem está ouvindo através da internet ou divulgar sempre os mesmos nomes de ouvintes, comerciais colados a comerciais e em excesso também não cabe. O ouvinte quer ouvir a narração do jogo, a opinião, a informação do repórter e do plantão esportivo.  Publicidade precisa ser interpretada e não lida na velocidade de uma transmissão e muito menos duas, três ou até quatro seguidas. As rádios precisam valorizar os produtos que oferecem.  Ai os “gênios” devem estar dizendo: “É, mas está difícil vender publicidade”. Está porque o serviço apresentado tem pouca qualidade. Pela falta de visão e conhecimento dos que dirigem as rádios, ela está cada vez mais perto da UTI.  Quase ninguém transmite mais dos estádios. Quando muito enviam um repórter ou só o operador técnico para captar o som ambiente do estádio. E o que mais se ouve é que as verbas publicitárias diminuíram. Queriam o que fazendo o que estão fazendo? O rádio esportivo brasileiro precisa voltar as suas origens. Como assim? Parem com as piadas, pornografias e bate-papos enquanto a bola está rolando. O rádio esportivo precisa abrir espaço para narrações sérias e objetivas com a preocupação de narrar o que está acontecendo, de comentários sobre o que ocorre no jogo e sem torcer para esse ou aquele time. Hoje tem rádio que não narra mais o gol do time visitante. Isso é uma afronta ao clube, ao rádio e ao futebol.  O “prazo de validade” está terminando.  Acordem enquanto ainda há tempo. É isso aí.