sexta-feira, 7 de novembro de 2008

FUTEBOL DE ARQUIBANCADA

Eu já ví esse filme. É muito antigo e remonta a gestão de Heleno Nunes à frente da CBF e a política dos tempos da Arena e do MDB. Vocês que acompanham o futebol devem estar lembrados que lá por 1970 começaram a ser construídos estádios em várias partes do Brasil. Bem vivo na memória está o Estádio Vivaldo Lima (Manaus) projetado em 1958, iniciado em 1969 para ser inaugurado em 5 de Abril de 1970 com a presença de Sir Stanley Rous então presidente da FIFA. Na mesma linha seguiram-se a construção dos Estádios José Américo (João Pessoa) Ernani Sátiro (Campina Grande), Castelão (Fortaleza), Pedro Pedrossian (Campo Grande-MS), Alberto Silva (Teresina). Foram construídos nos anos 70 e até hoje a exemplo do Maracanã nunca foram concluídos. Agora que o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, desencadeou-se uma verdadeira “Corrida ao tesouro” para construir novos estádios. Na Bahia, Brasília, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul o que mais se tem falado e escrito nos últimos meses é sobre as “Arenas” que vão ser construídas. Nenhum clube no Brasil tem condições financeiras para sequer terminar as obras dos seus atuais estádios, quiçá erguer novos. Os clubes anunciam a presença de investidores nacionais e estrangeiros para que as Arenas possam ser construídas. Para a Copa do Mundo de 2014 realmente o Brasil tem que ter pelo menos 10 estádios que atendam o caderno de encargos da FIFA. Torçamos – ainda há tempo – que realmente surjam as novas “Arenas” e que estádios como Maracanã, Morumbi, Mineirão e outros já existentes possam atender as necessidades de uma Copa do Mundo. Quanto às “Arenas” são fantásticas no papel, mas falta muito para que se tornem realidade. É isso aí.

INTER SALVA O FUTEBOL BRASILEIRO

O SC Internacional de Porto Alegre salvou o futebol brasileiro ontem à noite na Copa Nissan Sul-Americana derrotando o CA Boca Juniors dentro de La Bombonera e classificando-se para as semifinais. No outro jogo o Chivas empatou com o River Plate e será o adversário brasileiro na próxima fase.

Os jogos
Em Buenos Aires o Internacional venceu de forma sensacional o Boca Juniors por dois a um. No primeiro tempo muita marcação e o Boca jogando melhor. No segundo tempo logo aos 2 minutos em jogada de Nilmar, Magrão abriu o placar. Os argentinos empataram aos 12 com Riquelme cobrando um pênalti que não existiu. O gol da vitória foi de Alex numa bela jogada do time colorado aos 26 minutos. O Internacional já havia vencido o jogo de ida por dois a zero no Beira-Rio e agora vai as semifinais enfrentar o Chivas do México. Apitou o jogo Oscar Ruiz da Colômbia que expulsou o zagueiro Forlín do Boca Juniors. Venceu o Internacional com Lauro; Bolívar, Índio, Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão, Guiñazu e D'Alessandro (Gustavo Nery); Nilmar e Alex. O Boca Juniors perdeu de García; Barroso, Forlín, Muñoz e Calvo; Neri Cardozo (Viatri), González, Gaitán (Dátolo) e Gracián (Riquelme); Mouche e Figueroa. ***** Em Guadalajara no Estádio Jalisco o Chivas empatou com o CA River Plate da Argentina em dois a dois e como havia vencido o primeiro jogo classificou-se.

Próxima fase
As semifinais em jogos de ida de volta acontecerão nos dias 12 e 19 deste mês. Teremos Internacional vs. Chivas e Estudiantes vs. Argentinos Juniors. A decisão da Copa Nissan Sul-Americana também será em duas partidas marcadas para os dias 26 de Novembro e 3 de Dezembro.

DIA DO RADIALISTA

O rádio mudou muito nos últimos tempos. Até a data em que se comemora o dia do radialista foi alterada. O comandante desta espaçonave chamada Caros Ouvintes com layout novo, maravilhoso, eu diria até suntuoso – Antunes Severo – me solicita que escreva sobre o que pensam os radialistas de Curitiba sobre a nova data e da comemoração.

Triste
Primeiro gostaria de dizer que o rádio especialmente o AM de Curitiba me parece cada dia mais triste. Não falo pelos colegas, falo por mim, pelo que conheço de rádio e pelo que vivi no rádio durante essas quatro décadas que nele estou envolvido. Gostaria de responder há muitos que me tem contatado, que estou fora do rádio de Curitiba e do rádio em si desde 7 de Maio de 2007. Recebi convites, mas decidi aguardar um pouco. Criei este blog onde escrevo sobre esportes, especialmente sobre o futebol. Já foram mais de 1.100 matérias desde 20 de fevereiro. Não pretendo mais opinar sobre a qualidade do rádio de Curitiba. Vou guardar minha opinião doravante a sete chaves. Sempre procurei repassar o que aprendi ao longo dos anos nas emissoras que trabalhei. Alguns assimilaram outros depois que saí aproveitaram as minhas idéias sem dar crédito. Enfim, essa é a cultura atual de quem faz rádio. E não é só aqui não.

Contatos
Como estou fora do rádio, tenho tido pouco contato com o meio. Converso com o Capitão Hidalgo, Eduardo Vieira, Roberto Caetano, Oldemar Kramer, Osires Nadal e só. Na verdade tenho tido mais contato com companheiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e especialmente de São Paulo. Os companheiros de Curitiba estão em situações diferenciadas. O Capitão Hidalgo é analista esportivo da Rádio Difusora, emissora que ocupa o segundo lugar no rádio AM de Curitiba. O duro é ver o Capitão Hidalgo – será que ninguém enxerga isso ou seria de propósito – fora dos estádios, sem comentar os jogos. Ele comanda A Hora do Capitão após as partidas e raras vezes vai ao estádio para comentar. Acho que ele perdeu um pouco do entusiasmo, especialmente depois da idiotice que se cometeu com ele e demais profissionais na extinção da equipe de esportes da B-2. Eduardo Vieira, grande comentarista e amigo é próspero empresário na área de compressores e dedica ao rádio um amor fora do comum atuando também na Rádio Difusora. Roberto Caetano trabalha como técnico de operação externa há 25 anos ou mais, prestando serviço a Globo/CBN, sempre ajudando a todos, nas mais delicadas situações. Osires Nadal, na verdade Dr. Osires Nadal, depois que fixou residência em Curitiba, está fora do rádio, exercendo sua profissão de advogado. Quer voltar ao meio. Trabalha com essa possibilidade e está caminhando para isso. O que me causou muita alegria nas últimas semanas foi o retorno de Oldemar Kramer ao microfone. O Professor ficou um ano fora. Voltou para comandar o Plantão Esportivo da Rádio Difusora. No dia 1º de Novembro completou 50 anos como Plantão Esportivo, e não poderia estar ausente do microfone. Kramer me disse outro dia que também estava muito triste com a realidade do rádio de hoje.

Lamentável
O que está prejudicando a audiência do rádio esportivo em Curitiba já foi detectado. A opinião é geral. Tenho sido abordado no supermercado, na rua, nos restaurantes por pessoas das mais diversas áreas da sociedade. Não vou relatar aqui o que essas pessoas disseram a respeito dos profissionais que atuam no rádio de Curitiba. Vou emitir uma opinião que é minha e que eu diria de 90% das pessoas com as quais tenho falado. “O que está acabando com o rádio esportivo – e não é só aqui – é o bairrismo, o fanatismo, o profissional de rádio se travestindo de torcedor do clube, falando como torcedor, informando, narrando e opinando como torcedor e não como profissional”. O dia que esse quadro se modificar “O rádio esportivo vai melhorar, a audiência do rádio esportivo vai subir, as cotas de publicidade vão melhorar”. Rádio é coisa séria, ou deveria ser. Deixou de ser pela falta de competência de quem comanda e de quem é comandado.

Ao radialista
Se você é radialista ou pretende ser radialista tenha sempre em mente que “Não se pode dimensionar o universo de pessoas que lhe ouvem”, por isso emita palavras e opiniões que sirvam para informar e educar. É isso aí.

NR: Transcrito do site www.carosouvintes.com.br