quinta-feira, 20 de março de 2014

NOSSOS CAMPEÕES ESTÃO PARTINDO

Bellini em 2008
Com a morte nesta quinta-feira (20) de Hideraldo Luís Bellini, 83 anos, restam sete campeões mundiais de 1958, primeiro título conquistado pelo Brasil nos gramados da Suécia. Bellini sofria do mal de Alzheimer há 10 anos e estava internado na UTI do Hospital Nove de Julho. Esteve internado em Janeiro e Fevereiro. Bellini havia perdido a fala há três anos.

Sua carreira como profissional da bola começou em Itapira, interior de São Paulo. Jogou no Vasco da Gama de 1952 a 1961 (430 jogos) quando se transferiu para o São Paulo (205 jogos) onde ficou até 1968. Encerrou sua carreira jogando no Clube Atlético Paranaense de 1968 a 1969. Pela Seleção Brasileira jogou 51 partidas entre 1957 a 1966.
A Seleção Campeã de 1958 que revelou para o mundo Edson Arantes do Nascimento e as jogadas desconcertantes de Garrincha teve em Bellini o início de um gesto que se repete até hoje. O erguimento do Troféu Jules Rimet com as duas mãos foi marca registrada do grande Hideraldo Luís Bellini.
Vicente Feola (o técnico), Djalma Santos, Zito, Bellini,
Nilton Santos, Orlando e Gilmar (em pé); Garrincha,
Didi, Pelé, Vavá, Zagalo e Paulo Amaral (agachados),
na final de 1958, Brasil 5 x 2 Suécia.
Da equipe de 1958 já nos deixaram Gilmar, Castilho, De Sordi,  Djalma Santos, Bellini, Mauro Ramos de Oliveira, Orlando, Zózimo, Nilton Santos, Oreco, Didi, Garrincha, Joel, Vavá e Dida. Ainda estão entre nós Dino Sani, Zito, Moacir, Mazola, Pelé, Zagalo e Pepe. A história do futebol mundial mudou a partir desses jogadores que abriram caminho para que o Brasil ganhasse mais quatro mundiais (1962, 1970, 1994 e 2002).
 




Eu, Bellini e Nelson Guerra na SEME.
Mantive uma maravilhosa amizade e convivência com Hideraldo Luís Bellini entre 1976 a 1990 na Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. Duas a três vezes semanalmente nos encontrávamos na SEME também com Oreco, Lima (Santos), Lima (Corinthians), Paulo Borges, Paraná, Homero Hope entre outros. Bellini deixa um exemplo a todos nós como atleta e cidadão. Será sepultado nesta sexta-feira em Itapira cidade onde nasceu.

A MORTE É LENTA!


Os organizadores dos eventos de futebol no Brasil programaram a “Morte lenta” do rádio esportivo. As rádios sempre foram e continuam sendo os grandes divulgadores do futebol em nosso país, mas de uns tempos a essa parte passaram a serem ignoradas pela CBF, Federações e por aqueles que compraram os direitos das competições. Há anos já se discute os jogos programados para às 22 horas, o chamado horário burro do futebol. De uns tempos a essa parte resolveram marcar jogos para horários totalmente incompatíveis para o rádio e também para os torcedores. Hoje mesmo em Curitiba o jogo da Copa Libertadores da América entre Atlético Paranaense e Universitário de Lima foi disputado a partir das 17h30. Com a não permissão para colocar a superada “Voz do Brasil” em horários alternativos as emissoras de rádio de Curitiba tiveram que encerrar suas transmissões aos 25 minutos do segundo tempo e seguir tão somente pela internet. E os jogos que começam às 19h30 se somam ao que aconteceu hoje em Curitiba porque as emissoras ficam impedidas de colocar no ar tanto no AM como no FM os primeiros 30 minutos dos jogos.  Isso lembra a personagem de um programa de televisão que por coincidência é paranaense e que costumava dizer “Tou pagando”. Exatamente por estarem pagando as televisões estão matando lentamente o futebol nas rádios e afastando cada vez mais os torcedores dos estádios. Em vinte jogos realizados domingo pelos mais diferentes campeonatos estaduais a média foi de 7.500 torcedores por partida. E nesses tivemos jogos com 3.166, 3.476 pagantes, e nem inclui partidas que registraram 608 pagantes como foi o caso de Flamengo e Bangu. A CBF, a televisão e os clubes pra acabar de matar o rádio esportivo estão se preparando para exigir Direitos de Transmissão e cobrança pela utilização das cabines nos estádios. É a “Morte lenta” do rádio esportivo chegando. É isso aí.