quinta-feira, 31 de outubro de 2013

NA SALA DO FUTEBOL

 
Tenho escrito, falado e comentado a respeito dos problemas que o futebol brasileiro atravessa um ano antes da realização da Copa do Mundo, sua qualidade, o superfaturamento das obras, denúncias, enfim todo tipo de coisas que estão repercutindo mal. Há tempo estou alertando sobre o que poderá ocorrer depois do mundial. Mas, as coisas começam a se desdobrar já a partir de agora. Vejam o caso das transmissões pela televisão. A Rede Globo detentora dos direitos do Campeonato Brasil, Copa do Brasil e outros, está perdendo parceiros. Para 2014 o Grupo Bandeirantes já sinalizou que não vai transmitir a Copa do Brasil e a Série “B”. Esses produtos já foram oferecidos ao SBT e Record. As informações dão conta que ambos os grupos não tem interesse nos eventos. A Redetv  única interessada não teria como dar garantias financeiras para viabilizar as transmissões. Isso me leva a entender que a audiência dos jogos e sua qualidade caíram demais e por extensão às verbas publicitárias estão diminuindo. inuíram. Outro fato que pode estar contribuindo é o investimento das empresas na Copa do Mundo que está envolvendo muito dinheiro. Momento difícil para o futebol brasileiro que poderá ter ainda maiores consequências depois do Mundial.

Ontem à noite acompanhei Atlético Paranaense e Grêmio pelas imagens da televisão ouvindo ao mesmo tempo as rádios que estavam transmitindo ao vivo ou em off-tube. O que vi foi um jogo de pouquíssima qualidade com muitos chutões e pouca objetividade. Até o Furacão não me agradou por “rifar” a bola em demasia. Confesso que esperava mais do time paranaense. Quanto ao Grêmio que esteve em campo foi um time de jogadores medíocres. É verdade que não contou com Vargas, Barcos e Kleber. Mas, do que vi salvou-se Dida – em grande forma – e a voluntariedade de um ou outro jogador. Sem esquema, sem jogada ensaiada o time tricolor me decepcionou. Aliás, o futebol brasileiro está assustando a todos nós pela péssima qualidade que apresenta neste instante.

A negativa de Diego Costa não aceitando convite para os amistosos da Seleção Brasileira serviu para mostrar mais uma vez como se comportam hoje os que dirigem o futebol. Saiu humilde do país entrando por Portugal até chegar à Espanha onde hoje é o grande artilheiro e ídolo do Atlético de Madrid. Foi chamado para a Seleção Brasileira em outra ocasião sem ter chances de mostrar o que sabe. Agora surgindo como destaque na Liga Espanhola a Comissão Técnica achou interessante convoca-lo. Como está estabelecido e muito bem na Espanha e já tinha sido contatado pela Federação Espanhola para jogar pela “Fúria” declinou do convite brasileiro. Não se pode criticá-lo por isso. Quem errou foi a Comissão Técnica que só agora viu nele potencial para convocar. E sabe lá se ele jogaria a Copa do Mundo ou se estaria na lista dos convocados. O que não se pode é tripudiar em cima de uma pessoa que tem o livre direito de ir a vir. O resto é mais sensacionalismo da imprensa que fala, escreve e divulga sem saber como, onde e por que.

A definição das Fórmulas para os Campeonatos Estaduais de 2014 – ano da Copa – já estão merecendo críticas de clubes, dirigentes e imprensa. O que cresce cada vez mais por interesse da CBF e da televisão é que esses campeonatos deixem de existir. São tantas as competições (Estaduais, Copa do Brasil, Brasileiros, Libertadores, Sul-Americana) que os próprios clubes não sabem o que é melhor pegar. Aliás, eles sabem. O melhor é o dinheiro que entra com os direitos comercializados e que lamentavelmente está sendo muito mal aplicado. Os clubes deveriam destinar pelo menos 50% desse dinheiro para abater suas dívidas, na formação de jogadores e não em aceitar livremente o “caminhão de bondes” que os empresários oferecem todos os dias. É por esses e outros motivos que nosso futebol caminha feito tartaruga. Depois não venham chorar “pitangas” quando a “casa cair”.

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