E era mesmo. Hoje as grandes emissoras com algumas exceções deixaram
de lado a narração esportiva para comentar mais do que narrar os jogos. Nunca
se viu tantos comentaristas e estatísticos nas jornadas esportivas. Não sei se
é determinação da direção das emissoras, mas, está muito difícil encontrar uma
emissora em que se narre o jogo e os comentários sejam feitos na medida certa.
Eu estou ficando cada vez mais desiludido com o que ouço. E olha que em casa
dizem que eu casei com o rádio e o futebol. Sou fanático pelo rádio, mas aos
poucos o rádio está me deixando cada vez mais triste. Tanto o rádio como o rádio esportivo. Está
difícil ficar sintonizado numa transmissão esportiva. Os locutores de hoje – são poucos que podem
ser chamados de narradores – a cada dois minutos chamam o comentarista ou um
dos comentaristas que participam das jornadas. Sim porque agora tem rádio com
dois comentaristas, a maioria comentando dos estúdios. Das duas uma, ou os
narradores obedecem às determinações superiores ou não tem o folego e o
improviso necessário para narrar os jogos. O saudoso Barbosa Filho me disse
certo dia: “Alemão, narre o jogo e só chame o repórter quando ocorrer um lance
perigoso”. Os repórteres de hoje ficam - por falta de comando de quem transmite
– trocando papo enquanto a bola está rolando. Hoje além da participação dos
comentaristas a cada dois minutos, os locutores chamam os repórteres até quando
a bola vai pela linha lateral. Futebol no rádio sempre foi emoção. Futebol no
rádio sempre contagiou os torcedores, mesmo com imagens diretas da televisão.
Isso não acontece mais. Que tristeza gente. Não é questão de saudosismo é a
realidade do rádio esportivo. Já não
bastasse a má qualidade do futebol, as transmissões sem vibração na televisão, agora
também o rádio esportivo ficou mais conversado e comentado do que narrado. É
isso aí.
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