terça-feira, 19 de julho de 2011

O PAI DA MATÉRIA

Quando cheguei à Jovem Pan, em janeiro de 1973, ele já estava lá. Desde março do ano anterior, a energia, a vibração e os bordões que o tornariam nacionalmente conhecido nas décadas seguintes já ecoavam pelas ondas do rádio paulistano. Ele revolucionou as transmissões esportivas quando se tornou narrador titular da Jovem Pan. O “Bodão”, como Osmar Santos era conhecido entre amigos, logo cativou imensa legião de ouvintes. Tornamo-nos colegas, depois amigos e, quando não estávamos viajando, saíamos para almoçar juntos.

Mudanças
Quando a Jovem Pan se transferiu para a Avenida Paulista, Osmar já estava sendo pretendido por outros prefixos. Em 1977, foi para a Rádio Globo. Poucos sabem, mas antes de sua ida para a emissora de Roberto Marinho, todos os integrantes da equipe de esportes da Jovem Pan participaram de uma reunião no escritório de uma agência de publicidade. Nesse encontro, discutiu-se a transferência dos profissionais da Pan para a emissora global. Esse era o desejo de Osmar Santos, que já tinha praticamente acertada sua saída da Jovem Pan. Passado algum tempo, numa manhã de domingo, Osmar ligou-me, dizendo: “Fiz uma grande loucura”. E emendou: assinei com a Globo. A partir daí, foi uma sequência progressiva de sucessos na Rádio Globo, Rádio Record, Rede Manchete, Rede Globo até que o destino abreviou-lhe tragicamente a carreira, em 22 de dezembro de 1994.

Reencontro
Já estive com Osmar em várias ocasiões depois do acidente que o afastou do rádio. Na última semana, cruzamos mais uma vez. Foi na Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde estive com minha esposa e meu filho. Osmar também estava lá. Revivemos passagens de nosso convívio. Ele se mostrou muito feliz com o reencontro. Expondo quadros de sua autoria, Osmar Santos dá-nos hoje gigantesca mostra de superação. Parabéns, Osmar!

Um comentário:

JASouza. disse...

Esse comentário demonstra a grandeza do seu espírito, sempre procurando e apoiando os amigos em todos momentos marcantes de sua existência. Isto é memória que não se deve deixar cair no esquecimento. Osmar Santos ainda hoje é referência na história da narração esportivo, hoje em dia tão aviltada pela midia selvagem.