quinta-feira, 10 de março de 2011

FUTEBOL CATARINENSE: DE TEIXEIRINHA AO METROPOL

Teixeirinha e Zizinho
Comentários e emails me trouxeram de volta ao futebol catarinense no qual exercí minha profissão de jornalista e radialista até 1972. Escrevo sobre grandes jogadores, clubes e competições que presenciei e transmití. Quem sabe tenha tempo para futuramente me alongar um pouco mais com histórias, fátos e fotos de uma era em que apenas o rádio e os jornais eram os meios de comunicação do esporte mais popular do Brasil.

Campeão de Blumenau
Guarani EC, campeão de 1963: Rolf Kuenrich (presidente),
Antoninho,Mosquito, Cildo, Alcino, Brandão, Dagoberto
e Leléco, treinador(de pé); Da Silva, Nilo, Carlinhos,
Ivo e Joel (abaixados).

No ano de 1963 disputou-se um dos melhores campeonatos regionais promovido pela Liga Blumenauense de Futebol. Oito equipes que tinham o respaldo de grandes empresas (Guarani EC, GE Olimpico, Palmeiras EC, Amazonas EC, SD Vasto Verde, todos da cidade de Blumenau), CA Tupi de Gaspar, SRE União de Timbó e SE Floresta de Pomerode realizaram uma grande competição em turno e returno. O Guarani EC do bairro da Itoupava Norte montou um timaço e desbancou na época aos poderosos Olimpico e Palmeiras. O Palmeiras foi o vice-campeão e o Olimpico com Teixeirinha (o maior jogador da história do futebol catarinense) terminou em terceiro lugar. Com isso ficou oficialmente impedido de disputar o Estadual do ano seguinte.

Campeão estadual
O GE Olimpico campeão de 1964: Nilson Greul, Eudes,
Robertão, Barreira, Romeu, Paraguaio, Paraná, Ézio,
Orlando e Jurandir (em pé); Lila, Máqui, Cartoze, Mauro,
Rodrigues, Jóca, Ronald, Frederico Capela
(massagista) e Osmar (mordomo), agachados.
Numa das mais movimentadas Assembléias da Federação Catarinense de Futebol presidida por Osni Mello, o Grêmio Esportivo Olimpico foi incluído ba disputa como o terceiro representante de Blumenau no Campeonato Estadual de 1964. Tudo porque o consagrado jornalista Lauro Soncini (falecido recentemente), convenceu os demais participantes de que o investimento que o clube tinha feito não poderia ser jogado por terra. Assim o Olimpico conseguiu uma terceira vaga na competição. E no campeonato que terminou só em 1965 mercê de brilhante campanha, tornou-se campeão com um time da mais alta qualidade. O Olimpico já havia sido campeão estadual em 1949. Em 1969 encerrou suas atividades no futebol profissional para se tornar num clube de esportes amadores e social.

Grandes jogadores
Hercilio Luz FC de 1963: Vanderlei, Pedrinho, Negrão,
Badico, Walmir Louruz e Elemar (em pé); Márcio, Sarará,
Tarcísio, Triunfo e Gonzaga (agachados).
Nesses anos o futebol catarinense formou
grandes times de onde sairam jogadores para o mercado nacional como o goleiro Vanderlei do Hercilio Luz que depois de passar pelo CA Paranaense foi parar no São Paulo FC. Zenon que iniciou em Tubarão, revelou-se no Avai FC de Florianópolis e foi campeão brasileiro pelo Guarani e depois no Corinthians. O ponteiro direito Márcio do Hercílio Luz de Tubarão que teve uma brilhante passagem pela SE Palmeiras de São Paulo. Além destes lembro de Nilzo atacante do Metropol de Criciúma com passagem pelo Santos e Botafogo, de Tenente do mesmo time que jogou pelo São Paulo, de Brasil Chagas, Chico Preto, Silvio, Sabiá, Dorni Antunes, o goleiraço Rubens. Outra estrela dessa constelação foi Parobé que depois de jogar ao lado de Pelé na Seleção do Exército Brasileiro atuou no San Lorenzo da Argentina, Corinthians, Comerciário de Criciúma e posteriormente encerrou sua carreira no Palmeiras de Blumenau. Começou no Internacional de Porto Alegre e jogou no Juventude de Caxias do Sul. Revelados pelo Coritiba FC, deixaram sua marca no GE Olimpico os atacantes Rodriguês,
A Seleção do Exército: Milsei, Aloísio, Daniel, Nelson Coruja,
Mané, Gonçalves, Major Mauricio Cardoso (técnico) e militar
não identificado (em pé); Bataglia, Pelé, Parada, Lorico
e Parobé (abaixados).
Jóca e Ronald, este último com brilhante passagem também pelo Grêmio Porto Alegrense. O Caxias de Joinville revelou e colocou na Seleção Brasileira o golerio Jairo e para marcar muitos gols pelo Fluminense o atacante Mickey.Sem esquecer do grande Norberto Hoppe, um dois maiores artilheiros da história do "gualicho" que teve curta passagem pelo Bangu do Rio. Seu cô-irmão o América revelou Badeco para a Portuguesa, Corinthians e América do Rio. Do Marcilio Dias de Itajaí saíram Ratinho, Idésio e Renê para a Portuguesa de Desportos e depois Ratinho no São Paulo FC. O lateral Alvacir e goleiro Diogo foram contratados pelo Corinthians junto ao CN Almirante Barroso de Itajaí. O Carlos Renaux de Brusque revelou Agenor para o São Paulo e seu grande adversário o Paysandu colocou o goleiro Valdir (Chiquinho) no Vasco da Gama. Carlos Gainete Filho, goleiraço que iniciou no Paula Ramos de Florianópolis, consagrou-se no Internacional e no Vasco da Gama foi outro grande jogador catarinense.

Teixeirinha
Mas, o maior de todos foi Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha que hoje mora em Balneário Camboriú aos 87 anos. Nascido em Tubarão, filho de farmacêutico, Teixeirinha esbanjou categoria em todos os clubes pelos quais jogou. Destacou-se no Carlos Renaux de Brusque, jogou no combinado Bangu-São Paulo, Seleção Catarinense, Palmeiras, Almirante Barroso e Grêmio Esportivo Olimpico. Na foto homenageado em 8 de Maio de 2008 como o maior jogador da história do futebol de SC ao lado do também extraordinário Valério Matos (outro que chamava a bola de você) e do presidente da FCF, Delfim de Pádua Peixoto Filho. Teve sua história publicada no livro Craque Eterno. Esse foi o Pelé do futebol catarinense.

Grandes treinadores
Pelo futebol catarinense nesses anos trabalharam grandes treinadores como Aduccio Vidal (GE Olimpico), Carlos de Campos Ramos, Leléco (Guarani FC), Ivo Andrade (GE Olimpico) seu irmão Ênio Andrade (Juventus de Rio do Sul), Jony Alves (EC Metropol e GE Olimpico), Laérte Dória, Iberê Rosa...

Grandes equipes

EC Metropol de 1964: Pedrinho, Nem, Edson
Madureira, Gibí, Amilton e Rubens (em pé);
Calita, Madureira, Idésio, Milton e
Volnei. (agachados)

Lembro dos grandes times daquela época: EC Metropol, Comerciário EC, Clube Atlético Operário, EC Próspera (Criciúma), Hericlio Luz FC, EC Ferroviário (Tubarão), Avaí FC, Figueirfense FC, Paula Ramos FC, Postal Telegráfico, Bocaiúva, Atlético Catarinense (Florianópolis), CA Carlos Renaux e CE Paysandu (Brusque), CN Marcilio Dias e CN Almirante Barroso (Itajaí), GE OIimpico, Guarani EC e Palmeiras EC (Blumenau), América FC, Caxias FC, AA Tupy (Joinville), EC Juventus (Rio do Sul), EC Internacional e GE Guarani (Lages), Santa Cruz FC (Canoínhas), Barriga Verde (Laguna), CA Baependi (Jaraguá do Sul), Atlético (Joaçaba), SE Perdigão (Videira), Atlético e Ypiranga (São Francisco do Sul) e muitos outros. O EC Metropol teve vida curta (9 anos) mas conquistou os títulos catarinenses de 1960, 1961, 1962, 1967 e 1969 quando extinguiu o futebol profissional. O clube fundado em 15 de Novembro de 1945 investe atualmente nas divisões de base participando dos campeonatos da Liga Atlética da Região Mineira (LARM).

3 comentários:

Adalberto Day disse...

Bela matéria Edemar
Lembrar dessas feras só você e o Valdir Appel que faz um trabalho semelhante em seu blog.
Os jogadores citados realmente nos enche de orgulho. O Valdomiro chegou a jogar na Seleção Brasileira e Copa do Mundo. Mas realmente Teixeirinha foi o "Cara", jogador refinado, educado, craque sobre todos os aspectos.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história.em Blumenau

ivolemke disse...

Ivo Lemke Campeão do Guarani em 1963.
Muito boa matéria relembra os velhos tempos em que o Futebol Catarinense era de Alta Qualidade, lembro do Edemar iniciando carreira nos treinamentos do Guarani, foi goleiro também, e hoje tem uma brilhante carreira como Locutor e Comentarista como já sabemos, forte abraço .

Unknown disse...

Caro Edemar Annuseck
Importante relembrar, apesar de resumida, em uma brilhante matéria a fase em que o Futebol Catarinense era sem dúvida de alta qualidade. Campeonatos Catarinense com 20 equipes, disputado em pontos corridos com turno e Returno, e que as Equipes na sua maioria entravam com as mesmas condições de ganhar o Título, isso porque haviam craques em todas as Equipes do Estado.