Conheci Curitiba lá pelos anos 50 passando férias na casa de meus avós e morei na Cidade Sorriso de 1994 a 2008. Foi lá que tomei a primeira Coca-Cola no Passeio Público. Foi lá que saboreava peras, maçãs e uvas na Chácara do meu avô em Campo Comprido. Foi lá que ao lado do meu irmão Valdir inaugurei uma bola número 5 da marca Walter no campo do Imperial que nem gramado tinha. Tudo isso para dizer que conheço a cidade e especialmente o seu futebol desde os tempos de Primavera, Água Verde, Britânia, Bloco Morgenau, Coritiba, Atlético, Ferroviário, Palestra, Colorado, Pinheiros, Paraná Clube, Juventus dos que me recordo. Me rendo a Airton Cordeiro, Carneiro Neto, Machado Neto, Raul Mazza do Nascimento, José Hidalgo Neto, Eduardo Vieira e José Domingos que conhecem mais do que eu o futebol de Curitiba e do Paraná.
Paraná Clube
O que me traz a esse assunto é o Paraná Clube do meu amigo Olavio Schoenau, na verdade torcedor do CA Ferroviário. A distância (hoje morando em São Paulo) estou triste com o momento do clube tricolor que há alguns anos na Série “B” do Brasileirão está na eminência de ser rebaixado também no atual campeonato paranaense. Disputou 9 jogos no atual campeonato e somou apenas 2 pontos sem conhecer o sabor de uma única vitória. Quando trabalhei no rádio de Curitiba já tinha minha opinião formada em torno do futebol da capital. Mesmo com seus quase 2 milhões de habitantes, a cidade não comporta três clubes profissionais ainda mais com a loucura que a globalização trouxe. O tricolor das “vilas” como o cognominei, surgiu depois de várias fusões com um apreciável quadro associativo ultrapassando inicialmente 40 mil sócios. Possui um belo patrimônio com 5 sedes e mais de 500 mil metros quadrados de área. O Paraná Clube conquistou muitos títulos e nos anos 90 foi o bam-bam-bam do futebol no estado. Aos poucos e com a volta de Atlético e Coritiba a divisão principal do futebol brasileiro o panorama se modificou. O clube perdeu muitos sócios. A manutenção do seu belo patrimônio tem um custo bastante elevado e o futebol eleva em muito as despesas mensais. Sua arrecadação caiu violentamente afetando o futebol. E sua torcida também sumiu não passando hoje de 3 a 4 mil em seus jogos. Com isso o clube começou a “fazer água” até chegar ao estado atual. E lá como cá os torcedores não se conformam. Já agrediram o diretor Paulo César no final de semana e ameaçaram outros dirigentes. Lamentável tudo isso. Só um milagre financeiro pode salvar o Paraná Clube. Honestamente falando, Curitiba não comporta mais do que dois clubes profissionais com sustentabilidade financeira. Que o digam Atlético Paranaense e Coritiba. É isso aí.
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