segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
OS DESMANDOS DO NOSSO FUTEBOL
O troféu das “bolinhas” virou joguete por interesses que existem em nosso futebol. No dia 14 ele foi entregue em solenidade ao São Paulo FC e agora a CBF decidiu que o Flamengo, campeão da Copa União de 1987 foi reconhecido como legítimo campeão brasileiro daquele ano e não o Sport Club Recife. Com isso teria somado cinco conquistas alternadas antes do São Paulo. Isso virou uma grande palhaçada. Afinal de quem é o troféu? O futebol brasileiro está virando chacota e motivo de gozação pelas arbitrárias decisões tomadas. Troféus fazem parte das conquistas dos clubes e ornam as salas contando a história dos clubes. Esse título de 1987 virou uma brincadeira por falta de comando da CBF em decidir quem foi o campeão. Já se vão 24 anos e a polêmica continua. Na verdade o troféu foi entregue ao São Paulo por decisão da Justiça Comum que confirmou o título nacional ao clube pernambucano. Isso mostra mais uma vez a falta de organização do nosso futebol. A CBF proclamando o Flamengo como campeão brasileiro passa por cima de uma decisão da Justiça Brasileira. E hoje surge outra questão com os clubes tentando rachar o Clube dos 13. O problema levantado é antigo e os atuais dirigentes sabem muito bem que eles são os principais culpados. Tudo está voltado para as dívidas que aumentam cada vez mais. Porque aumentam? Porque hoje só há preocupação em receber as quotas da tevê sem respeitar o direito de cada clube. E os que podem comandar o racha não tem a médio prazo uma filosofia definida para sanar as suas finanças. Contratam, contratam pagando fora da realidade econômica brasileira e depois correm desesperadamente para receber da tevê antes do início das competições. Essa é a realidade brasileira. E ainda falam em promover a Copa do Mundo de 2014. Tomem cuidado para que nosso país não fique marcado pelo maior vexame da história em mundiais. É isso aí.
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2 comentários:
Caro Edmar Annuseck
Em atenção ao convite que você me fez, estou de passagem. E aproveitei para ler seu comentário sobre a ridícula posição da CBF no caso da taça das bolinhas. Não vou me aprofundar na questão, mas, neste momento, o que se percebe é uma viva e clara intenção de tumultuar o cenário para que não se veja o que precisa ser visto. E você tocou no ponto, Edmar. O futebol brasileiro vive o pesadelo que ele mesmo provocou, ao ser ganancioso e sentar-se à mesa para comer sem medidas. Os pratos foram se alternando e os dirigentes, insaciáveis, comendo até se empanturrar. Atletas para o exterior viraram obsessão. Valendo o peso em ouro o negócio era mandar talentos para os confins do mundo, não importa para onde. Entrando dinheiro para o caixa do clube, tudo bem. Enquanto isso, as obrigações trabalhistas com os jogadores que aqui ficaram deixaram de ser recolhidas. As dívidas foram se avolumando. A grande maioria dos clubes brasileiros deve fortunas em encargos trabalhistas. E contaram, para chegar a esse ponto, com a benevolência governamental. Vista grossa para o problema, na base do "pão e circo para o povo". Deixa a galera se divertir. Enquanto isso, ninguém liga para as safadezas políticas que têm acontecido em profusão como nunca, antes, neste país. O salário tá curto? Ora, domingo tem Corinthians, tem Flamengo, tem Bahia, tem Grêmio e cada estado vibra com seus representantes. Pensar nos problemas pra quê? A falta de cobrança à seriedade deu espaço para a lógica do faturamento fácil, sem limites. Por dinheiro, fazemos qualquer negócio, habib. Direito de arena, transmissões vendidas a cifras milionárias e todos sorridentes. Era inevitável que uma hora a fatura fosse apresentada. E está dando nisso. Ninguém quer pagar a conta. Todos se acostumaram com a tolerância, inclusive das Justiças Esportiva, Comum e Trabalhista, que nunca foram rigorosas na exigência do cumprimento de deveres dos clubes para com os atletas e com as torcidas. Essa tolerância é que permite, hoje, o desrespeito às instituições. Não por outra razão a CBF desconsidera decisão judicial e faz o que bem entende. Ricardo Teixeira deve pensar lá com os botões dele, "nunca tomaram atitude e não será agora que tomarão". Futebol é coisa séria e precisa ser repensado em termos de Brasil. Já fomos a maior potência futebolística mundial, mas agora o país corre o risco de ser apontado como péssimo exemplo administrativo no esporte que já nos deu tantas glórias. A Copa do Mundo de 2014 está ameaçada, sim, Edmar. Podemos passar pelo maior vexame que a história do futebol mundial já presenciou. Você, que trabalhou com o pai da matéria, o querido Osmar Santos, sabe que o "pimba na gorduchinha" nunca significou maus tratos à bola e, por extensão, ao futebol. Muito pelo contrário. No entanto, o Trio Parada Dura, baseado no grito de Osmar, tornou famoso o bordão "bobeou a gente pimba", cujo significado é bem diferente da conotação original. Parece que para certos dirigentes esportivos, a mensagem que ficou foi exatamente a do trio. E pimba e pimba e pimba. Que parada dura. Pobre futebol brasileiro.
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