ESTÁDIO CAUSA POLÊMICA NA BAHIA

A realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 continua na pauta do dia. A cada semana novas informações a respeito de construção e reforma de estádios entram na pauta dos jornais, rádio e tevê. Na Bahia o destaque de ontem do Jornal A TARDE é a reforma do Estádio Otávio Mangabeira – Fonte Nova –.

Detalhes
Tomo a liberdade com os amigos do JORNAL A TARDE de Salvador para reproduzir a matéria estampada hoje a respeito do assunto. Leiam. “A princípio, é o entorno”, declarou o representante da KPMG no Brasil, Maurício Endo, na quinta-feira, 13, à noite. “O projeto daquela área ainda não foi definido”, rebateu o secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, durante entrevista coletiva convocada especialmente para este fim, na tarde desta sexta-feira, 14. Apesar do desencontro de informações, o governo baiano garante: houve erro de interpretação. Em vez da proposta para modificar o espaço ao redor do estádio, “com a construção de torres comerciais e residenciais, hotéis, shopping center, estacionamentos e uma praça integrada ao complexo”, conforme descreve informativo da empresa, ela só foi escolhida para fazer o estudo de “modelagem institucional” da obra. “O aviso de manifestação de interesse publicado em Abril possuía três etapas, e essa foi apenas a intermediária. Não há qualquer tipo de afirmação de que a KPMG vá desenvolver o projeto do entorno”, reforçou Vasconcelos, rodeado por microfones, buscando “esclarecer” os detalhes antecipados da reforma. A coletiva admitiu, não aconteceria se não fosse à reportagem de A TARDE. Na véspera, tentou-se entrar em contato com ele, com o secretário de Comunicação, Robinson Almeida, com o Chefe de Gabinete, Fernando Schmidt (Coordenador do Grupo de Trabalho da Bahia para a Copa 2014) e com o novo Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Carlos Amorim. À exceção de Almeida, procurado pelo telefone celular, todas as ligações se encontram registradas na seara de cada um.

Viabilidade
Explicações devidamente ouvidas reinam a interrogação no encontro, na Setre. Quase meia hora de conversa depois, ninguém ainda havia entendido o que significava “modelagem institucional”. Vasconcelos, então, recorre a um exemplo concreto, do próprio Octávio Mangabeira, onde o governo projetou, construiu e vem gerindo o local. No caso da KPMG, a idéia era lançar mão de uma parceria público-privada, com empresas levantando e tomando conta da Arena por 35 anos, até voltar às mãos do Estado. Nem aí, entretanto, a coisa já estaria confirmada. “Foi autorizado somente o começo do desenvolvimento da modelagem. (...) O prazo é dezembro deste ano, mas queremos que fique ela pronta antes mesmo disso”, acrescentou. Diretor da companhia baiana Urplan, uma das cinco derrotadas no processo, o arquiteto alemão Carl Von Hauenschild reclama: “Não dá para realizar uma modelagem institucional sem definir o que haverá no entorno. É preciso saber o que existirá no local para, a partir daí, observar a viabilidade econômica e financeira do projeto”. O secretário discorda. E lembra que as empresas que tiverem qualquer parte de seus estudos preliminares aproveitados serão reembolsadas pelos vencedores das licitações, programadas para o meio de 2009. “Estamos tendo cuidado, porque não desejamos uma licitação que se inviabilize por falta de pretendentes”. A escolha das subsedes do Mundial, pela Fifa, sai no próximo dia 15 de março. As obras se iniciam em janeiro de 2010. De acordo com Vasconcelos, pesquisa de Geomarketing encomendada à Fundação Instituto da Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo – cujo professor responsável Eduardo Vasconcellos não foi encontrado para comentar os 35 critérios adotados na análise –, concluiu que o razoável para a região seria um shopping de porte médio e um hotel com, no máximo, 150 unidades. Maiores detalhes? O governo considera de assunto “âmbito interno”.

Fotos: O atual Estádio da Fonte Nova e a maquete de como seria quando reformado.