quarta-feira, 23 de julho de 2008

UM FATO EM FÓCO

Eu confesso não ter idéia se nas priscas eras o doping já era utilizado em competições esportivas. Mas, convenhamos passou dos limites o que hoje se ouve e vê. Eu estava em Seul acompanhando os XXIV Jogos de 1988, como enviado da Jovem Pan ao lado de Orlando Duarte. Entre uma e outra folga nas transmissões de basquetebol, futebol, voleibol e dos boletins, assistíamos competições de todas as modalidades. Eu estava presente no Estádio Olímpico quando ocorreu a prova dos 100 metros que produziu o maior escândalo de doping dos Jogos e da história olímpica na modalidade. A prova teve a largada queimada acho que por umas duas ou três vezes. Os atletas interrompiam a corrida bem a minha frente e logo levei um susto ao ver a envergadura dos braços e das pernas do canadense Ben Johnson. A prova acabou finalmente sendo realizada e com a vitória de Ben Johnson que venceu seu grande adversário e maior rival no mundo o norte-americano Carl Lewis. Confesso que saí do estádio com muitas dúvidas em relação ao canadense. E não é que dois dias após a prova o mundo tomou conhecimento de que Ben Johnson havia sido pego no exame anti-doping pelo uso do esteróide stanozobol, perdendo a medalha e sendo afastado do esporte por dois anos. Antes assisti a vitória de Florence Griffith-Joyner também nos 100 metros. Ela conquistou três medalhas de ouro para os Estados Unidos naqueles jogos. A exemplo de Ben Johnson parecia uma “máquina” saída de laboratório. Faleceu em 1998 por asfixia acidental na almofada. A família declarou após que ela sofria de epilepsia e tinha sofrido muitas convulsões. Sua morte trouxe novamente a suspeita de doping em sua carreira. E antes tivemos o caso das Alemães orientais na natação e em vários outros esportes, comprovados anos mais tarde. Isso para dizer a vocês, que o esporte independente da modalidade, nos reserva cada dia para novas surpresas na área da medicina. A alguns dias do início dos Jogos de Pequim, uma notícia chamou minha atenção esta manhã: “A cadeia de restaurantes Quanjude, a mais famosa de Pequim, informou que a partir de agora os patos usados em seus pratos passarão por um exame antidoping para assegurar que sua ingestão não prejudique os atletas durante os Jogos Olímpicos. O Quanjude, famoso por seu pato laqueado, existe há mais de 300 anos e costuma ser freqüentado por chefes de Estado e Governo que visitam Pequim. Segundo a agência oficial "Xinhua", a cadeia de restaurantes não quer causar problemas aos atletas que quiserem freqüentar um de seus estabelecimentos, e por isso prometeu que seus patos estarão livres de substâncias estimulantes. Os patos, que são criados em centros especiais para que sua carne seja macia e suculenta, deverão superar três testes diferentes antes de chegar à mesa dos consumidores. Os centros de criação foram inspecionados e homologados pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (Bocog)”. É mole ou quer mais.

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