FUTEBOL DE ARQUIBANCADA

O péssimo futebol que brasileiros e argentinos mostraram ontem (18) em Belo Horizonte deve ser analisado pelo jogo e pelo que ocorreu após. Durante a partida a torcida – 70 mil torcedores – vaiaram o jogo, as substituições, jogadores e especialmente o treinador brasileiro. Dunga errou mais uma vez. E o torcedor que acompanha tudo tratou de cantar “Adeus Dunga” durante o segundo tempo. O jogo foi um arremedo dos grandes jogos que brasileiros e argentinos já realizaram ao longo de 92 partidas (36 vitórias do Brasil, 33 derrotas e 23 empates). A imprensa clama pela substituição do treinador. A CBF faz de conta que está tudo normal, mas sabe que não está. É claro que estamos longe do encerramento das Eliminatórias, e o Brasil tem amplas chances de se reabilitar e classificar. Após o jogo a entrevista coletiva de Dunga foi hilária querendo justificar o injustificável, querendo comparar o incomparável. O que não se pode aceitar é a forma arrogante como Dunga se expressou. "Sou um cara bem resolvido na vida. Quando entramos aqui, falamos que a seleção é do povo. Estamos num trabalho de renovação. Talvez algumas pessoas não estejam contentes, porque agora existem regras aqui. Mas estou tranqüilo". Essas declarações já foram feitas por Evaristo de Macedo quando comandava a Seleção Brasileira em 1985 antes das Eliminatórias para o Mundial do México. Evaristo afirmou numa coletiva que não precisava do futebol pois estava resolvido na vida, tinha muitos dólares. Acabou sendo substituído por Telê Santana. O fato se repete com Dunga e como perguntar não ofende: “Dunga, porque você não pede para sair e dá lugar a quem realmente tem objetivo e precisa resolver sua vida”. A chance é agora. A Seleção Brasileira precisa de um treinador de futebol. Lugar de Aprendiz é no programa do Roberto Justus, na TV Record. É isso aí.