Há 20 anos – 22 de Dezembro de 1994 - uma tragédia
deixou órfão o rádio esportivo do Brasil. Osmar Santos se acidentava e sua voz
se calou. Lembro-me dos momentos alegres que passei com Osmar Santos, o Bodão, como nós o chamávamos
na Jovem Pan. Ele chegou a emissora em 1972 e eu em Janeiro de 1973. Criamos
uma amizade profunda dentro e fora da rádio. Almoçávamos juntos quase todos os
dias. Trocávamos ideias sobre o que deveria ser feito ao longo da programação
esportiva da Jovem Pan que o tornou o primeiro locutor e chefe da equipe em
1973 com a saída de Willy Gonser. Fizemos as coberturas do carnaval a partir de
1973 no Rio de Janeiro e estivemos na grande cobertura da Copa do Mundo de
1978. Depois do acidente estive com Osmar diversas vezes. Conversamos em muitas
ocasiões por telefone.
Em 2011 nos encontramos na Pinacoteca do Estado em São
Paulo e ele ficou muito feliz em rever minha esposa e meu filho. Quando vimos o
Osmar num dos corredores da Pinacoteca fomos ao seu encontro e ele sem qualquer
pergunta baixou o indicador da mão esquerda e pronunciou o nome de uma pessoa
mostrando-se indignado por não ser atendido seu pedido. Osmar Santos foi meu
chefe e continua sendo meu amigo. Lamento profundamente que ele não possa mais
fazer o que tanto gostava: “Ripa na chulipa, pimba na gorduchinha”. Beijão meu
amigo Osmar Santos.