O que escrevi sobre os reflexos que poderiam ocorrer se
não conquistássemos a Copa do Mundo aos poucos vai se confirmando. Citei aqui em 2013 que
isso diminuiria o interesse pelo futebol com reflexo no investimento
publicitário. Hoje os recursos financeiros dos clubes brasileiros são
provenientes das cotas que a televisão paga. Agora com a crise que o país vive
graças à corrupção e os desmandos o futebol também entrou no roteiro. A TV
Globo com o objetivo de renovar antecipadamente os contratos com os clubes da Série
“A” propõe uma redução de até 25% nas cotas. Está oferecendo uma antecipação
que será descontada até 2020. E agora? Como ficam os clubes com os salários
pagos fora da realidade? Chegou a hora de mudar reduzindo as despesas,
diminuindo os elencos e pagando – em dia – salários compatíveis com a
realidade. Hoje os clubes contratam e mandam embora treinadores e jogadores a
todo instante. Por falta de um planejamento melhor quando estão em situação
difícil no campeonato cometem muito exagero. Nenhum clube brasileiro na
atualidade pode se dar ao luxo de ter mais do que 25 jogadores. E mesmo assim
esses jogadores não podem receber salários fora de nossa realidade. Demitir
treinadores a cada instante também só serve para elevar as despesas. Ninguém
vai suportar. A crise brasileira está aí e não tem prazo para terminar. Os
clubes que se reciclem se organizem e saibam usar melhor o dinheiro oriundo da
televisão e das publicidades. É isso aí.