quarta-feira, 1 de maio de 2013

OS ALEMÃES CHEGARAM

Foto do site do FC Bayern de Munique
O favoritismo depois da vitória por quatro a zero no primeiro jogo confirmou-se hoje quando o Bayern de Munique voltou a vencer o Barcelona, agora no Camp Nou diante de 100 mil torcedores. Três a zero foi o placar final. Foram duas goleadas que somadas registram um placar inacreditável para os germânicos por sete a zero.

O jogo
O que se viu (que a lição sirva para o futebol brasileiro) foi o time alemão marcando sob pressão em todo campo o tempo inteiro mercê de um preparo físico impressionante. Aliado a isso a antecipação nas jogadas. Enquanto os espanhóis esperavam a chegada da bola os germânicos se antecipavam e ganhavam quase todas as jogadas. E no contragolpe saíam com Robben pela direita, Ribéry pela esquerda e mais três ou quatro jogadores pelo meio em alta velocidade. Apesar de ter maior posse de bola o Barcelona praticamente não chutou ao gol. Lamentou-se a ausência de Lionel Messi que se recupera de uma contusão. Mas, time que se preza não pode só depender de um jogador. Os alemães mostraram que o futebol é association (coletivo) e quando bem treinado torna-se quase imbatível. Agora já com o título assegurado da Liga dos Campeões o futebol alemão vai decidir em Londres dia 25 no Estádio de Wembley quem fica com o caneco: Bayern de Munique ou Borússia Dortmund. Pelo que se viu o Bayern é um time mais credenciado para vencer.
Ficha do jogo
Robben aos 3, Piqué contra aos 17 e Müller aos 31 do segundo tempo marcaram os gols. Dirigiu o jogo o esloveno Damir Skomina. Pagaram ingresso 96.636 torcedores. O FC Barcelona jogou com Valdés; Daniel Alves, Piqué, Bartra (Montoya) e Adriano; Xavi (Alexis), Song, Iniesta (Thiago Alcântara) e Fábregas; David Villa e Pedro. O FC Bayern de Munique venceu com Neuer; Lahm (Rafinha), Van Buyten, Boateng e Alaba; Martínez (Tymoshchuk), Schweinsteiger (Luiz Gustavo), Müller e Ribéry; Robben e Mandzukic.

O HERÓICO PALMEIRAS

No primeiro tempo até que chegou a equilibrar as ações, mas não fosse o goleiro Bruno o Palmeiras teria amargado uma derrota ontem em Tijuana. O zero a zero deve ser considerado um excelente resultado por vários motivos. Jogar em grama sintética é coisa que time brasileiro dificilmente faz. Outro detalhe é que o time dirigido por Gilson Kleina tem muitas limitações. Espero que a empolgação do empate não prejudique a atuação na partida de volta dia 14. Os mexicanos com certeza virão para jogar por um empate com gols, que os classificaria. O Palmeiras se empatar em zero levaria o jogo para as penalidades. Empate com gols elimina a equipe brasileira. O melhor é impor seu futebol marcar gols e vencer o jogo.

Apesar dos esforços o Real Madrid parou nas semifinais da Liga dos Campeões da UEFA. Já nos primeiros movimentos deu para observar a inoperância ofensiva dos merengues e a excelente formação da defesa germânica. No final os dois gols premiaram os esforços do Real Madrid, mas, foram insuficientes para a classificação. Hoje o Barcelona tentará o milagre que o Real não conseguiu. Marcar cinco gols e não sofrer nenhum contra o Bayern de Munique parece coisa impossível para Messi e seus companheiros. Tudo leva a crer que teremos uma final com muito Chopp, salsicha e chucrute em Londres.

O Corinthians sabe o que lhe aguarda esta noite na Bombonera. Os boquenses não esqueceram a derrota da final do ano passado. E com a volta de Riquelme a equipe argentina pretende sair na frente. Cássio retorna ao time alvinegro que terá com certeza mais segurança defensiva e se Emerson Seik estiver inspirado a vitória poderá ocorrer em Buenos Aires. 

AS TRANSMISSÕES ESPORTIVAS

Narração de Fórmula Um dos estúdios
Muito se tem questionado hoje as transmissões esportivas no rádio e também na televisão que não são feitas dos estádios. Isso já acontece há muito tempo. Aliás, antes da televisão transmitir os jogos ao vivo e surgir o off-tube existia a dublagem das transmissões esportivas. Locutores em ritmo mais lento ouviam a transmissão da emissora de rádio que estava no local do jogo e dublavam para sua emissora como se também estivessem no estádio. O Off-tube na atualidade também é muito comum nas emissoras de televisão que para diminuir os custos mantém narrador e comentaristas nos estúdios enviando apenas os repórteres aos estádios. Para a televisão há uma explicação: na maioria dos autódromos a visão dos circuitos é limitada. Em Monte Carlo só se vê os carros quando passam defronte o local de transmissão. Então o recurso mesmo fica para as imagens geradas pela televisão. O falecido Barão Wilson Fittipaldi um dia me disse: Annuseck, em Interlagos se tem 80% de visibilidade do circuito a partir da cabine de transmissão. Eu comprovei isso quando participei da cobertura de um GP Brasil. E no rádio a Fórmula 1 depois que o Barão Fittipaldi e Nilson César pararam de narrar pela Jovem Pan é feita 90% em off-tube. 

Aconteceu
A dublagem foi muito utilizada e talvez até ainda seja em emissoras com poucos recursos para acompanhar os jogos ao vivo. A história conta que lá pelos anos 50/60 uma conhecida emissora do Rio de Janeiro usava desse expediente com frequência denominando-se a 100% esportiva. Certa feita programou a transmissão do jogo SC Internacional e San Lorenzo da Argentina marcado para o Estádio dos Eucaliptos em Porto Alegre. Faltando cinco minutos para às 21 horas o locutor abriu a transmissão mesmo sem ter ainda a emissora a ser dublada – Rádio Farroupilha de Porto Alegre – sintonizada. Com a experiência que tinha nesse tipo de transmissão ele deu a escalação dos times que tinha recortado do jornal, trio de arbitragem e exatamente 21 horas iniciou a transmissão do jogo sem ver e ouvi-lo. Do outro lado o operador técnico tentava com os recursos que tinha captar a rádio sem sucesso. Já eram decorridos 15 minutos da transmissão quando finalmente a emissora gaúcha foi captada. O operador mais que depressa entrou no estúdio e colocou sob a mesa uma folha de papel onde se lia: “Está chovendo forte em Porto Alegre, o jogo foi adiado”. O locutor que não tinha lá muito improviso, mas que era bom de dublagem na maior naturalidade disse: “Senhoras e senhores, chove muito em Porto Alegre, o jogo foi transferido. Boa noite”.
Off-tube

As transmissões em off-tube viraram moda e acabaram por comprometer a qualidade das transmissões esportivas. As partidas transmitidas dos estúdios utilizando-se as imagens da televisão são ótimas para tirar dúvidas na hora do “replay”. Esse tipo de transmissão tira a criatividade do narrador e dá ao comentarista poucos recursos para impor uma opinião mais abalizada. Na verdade narrador e comentarista de rádio e mesmo de televisão no estúdio nada mais é do que o “complemento da imagem”. Hoje se faz isso em quase todas as rádios brasileiras. Até o grande José Silvério que jamais aceitou fazer esse tipo de transmissão teve que se render a realidade. O Zé até exagerou na final de um dos recentes campeonatos brasileiros quando transmitiu um pouco de cada um dos cinco jogos que definiram o campeão. Como diz um ditado muito antigo: “ajoelhou tem que rezar”.

Historinhas

O duro é ouvir emissoras em que o locutor abre a transmissão fala que está no estádio e se contradiz durante a transmissão. Nos anos 90 uma emissora de rádio de Curitiba abriu a jornada dizendo estar em Salvador na Fonte Nova. Quando chegou a imagem pela televisão a transmissão era de um jogo do Maracanã. Imediatamente mudaram da Fonte Nova para o Maracanã na maior cara de pau. Em 1966 na Copa do Mundo da Inglaterra emissoras brasileiras já se utilizaram do Off-Tube. Naquela época não havia condições técnicas para estar em todos os jogos ao mesmo tempo, então transmitiram diretamente do IBC (Internacional Broadcasting Center). Na Copa do Mundo de 1974 um canal de televisão da Alemanha gravou as imagens de uma emissora brasileira que transmitia em Off-tube do IBC de Frankfurt. Sarcasticamente na hora de apresentaram o vídeo da matéria o texto lido pelo apresentador dizia: “Esses são os brasileiros que transmitem do IBC e dizem que estão no estádio”. É isso aí.