Uma bonita festa inaugurou ontem (extraoficialmente) as
reformas do Estádio Mário Filho, Maracanã, no Rio de Janeiro. Grandes jogadores
participaram do evento que confrontou os times de Ronaldo e Bebeto. Operários
que trabalham na reforma do estádio, seus familiares, artistas e convidados
participaram do jogo. A curiosidade ficou por conta das banheiras dos novos
vestiários com luzes coloridas. Jogadores como Ricardo Rocha, Renato Gaúcho e
outros entrevistados declararam: "Isso parede banheira de motel". O
Maracanã ainda não está pronto. Para concluir as obras no entorno do estádio
serão gastos mais 590 milhões de reais. Vinte e sete (27) mil pessoas
presenciaram a reabertura do estádio. Houve problemas com a falta de
transporte, segurança precária para o trabalho da imprensa. O jogo terminou com
a vitória do time de Ronaldo por oito a cinco.
A imagem de garoto-propaganda da Copa, do Santos e do
futebol brasileiro de Neymar vai se diluindo aos poucos. Faturou muito e
continua faturando tanto que nem precisaria mais jogar, pois está com o futuro
garantido. Mas, não é esse o sentido que está sendo colocado em cheque. São as vaias pela falta de qualidade especialmente quando atua pela Seleção Brasileira
podem encurtar o investimento que é feito em cima do seu nome.
Os estádios já prontos para a Copa das Confederações e
Copa do Mundo continuam dando o que falar. O amistoso Brasil e Chile realizado
no Mineirão trouxe um caminhão de reclamações por parte dos torcedores.
Trânsito congestionado, má orientação para serem localizados os assentos, fila
imensas nas lanchonetes e teve até ingresso duplicado. Isso lembra o que
aconteceu quase duas décadas atrás quando eu transmitia uma partida no
Pacaembu. No intervalo do jogo dois torcedores se dirigiram a mim no local de
transmissão da Jovem Pan exibindo dois ingressos idênticos de fila,
numeração e preço. Fiquei com os ingressos, divulguei o caso na transmissão e
no Jornal de Esportes do dia imediato. A Federação Paulista ligou pedindo para
ver os ingressos. Entreguei a um funcionário que foi a minha residência e nunca
mais tive notícia dos mesmos.
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Marcelo Lima |
Não é só em São Paulo que grandes profissionais do rádio
e da televisão estão desempregados em favor das terceirizações que viraram lugar
comum especialmente na mídia esportiva. Reinaldo Costa, Domingos Machado,
Marcelo Lima, Sérgio Orindi, Vanderlei Ribeiro, Felipe Faccincani, Romeu César,
Antônio Carlos Salles, Walter Parente em São Paulo, Fernando César, Jack
Santos, Willians Lima, André York, Nelson Santos e Eduardo Vieira em Curitiba
são alguns deles. Eu também faço parte dessa relação.
A vitória do Santos eliminando o Palmeiras nos pênaltis
ontem à noite na Vila Belmiro mostrou mais uma vez que o futebol profissional
do Brasil precisa de correções. O jogo na Vila Belmiro teve
apenas 14 mil pessoas presentes quando jogado no Pacaembu ou Morumbi com certeza receberia pelo
menos 40 mil. Será que os clubes não precisam de dinheiro. Outro fato foi a cobrança das penalidades máximas que
deram ao Santos – com justiça pelo que apresentou durante o jogo – o direito
a ir as semifinais do Paulistão. O goleiro santista Rafael defendeu duas
cobranças. A primeira já batido por ter caído para o canto esquerdo contou com
a sorte a seu favor pois a bola chutada no meio do gol bateu nas suas pernas.
Na outra cobrança Rafael com a complacência da arbitragem (árbitro e
assistentes) adiantou-se quase dois metros para saltar e
evitar o gol. Vocês vão dizer que isso se tornou comum no futebol. É verdade.
Mas, isso não é permitido nas regras do futebol. Regras, pra que regras! Já o Santos vai pegar o Mogi Mirim que goleou o Botafogo por seis à zero, nas
semifinais do Paulistão.
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Imagens de sexta-feira (26.4) do site
do CA Paranaense |
O rádio esportivo de Curitiba vai ter problemas a
partir da reinauguração da Arena da Baixada. O presidente Mário Celso Petraglia
afirmou que os veículos de comunicação para cobrir os jogos terão que
efetuar o pagamento de determinada taxa para trabalhar. Lá por 2008 se não me
falha a memória Mário Celso Petraglia já tentou colocar em prática essa sua
filosofia. Na época não deu certo. E agora será que as rádios terão mesmo que
pagar pela utilização de cabines e outros espaços?
Enquanto a RedeTV coloca no ar um programa esportivo só
com jornalistas a Bandeirantes aumenta seu quadro de comentaristas colocando o
Dr. Marco Aurélio Cunha para participar como efetivo de sua programação. Cada vez
mais os canais de televisão utilizam menos jornalistas especializados em favor
de pessoas conceituadas sim, mas, que não são especificamente da área. Isso
mostra a falta de poder dos Sindicatos de classe que servem apenas como
figurantes nos dias atuais.