segunda-feira, 30 de junho de 2008

DECO DEIXOU O BARCELONA

O que o blog antecipou no dia 17 acabou sendo confirmado. Nesta segunda feira, o meio campo Deco assinou contrato com Chelsea por 3 anos, após reunião com o diretor Peter Kenyon, em Londres. "Estou muito feliz. É um grande clube, com um grande projeto. Querem voltar a vencer, e ganhar a Liga dos Campeões. Era isso que eu estava buscando para mim", comemora Deco que disse que a solução foi rápida. "O interesse surgiu nos últimos dias. Meu representante falou comigo. Fiquei feliz. E foi muito rápido". A apresentação no Chelsea será no dia 10 de julho, junto com os demais jogadores que disputaram o Euro e chegaram até as quartas de final. Deco vai reencontrar o técnico Luiz Felipe Scolari, com quem trabalhou durante 5 anos e meio na seleção portuguesa. "Para mim, trabalhar com ele vai ser um prazer. Diferente da seleção, porque agora teremos um contato diário". Há 11 anos na Europa, são 7 em Portugal e 4 na Espanha, Deco vai jogar no futebol inglês que elogia muito. "O futebol inglês está cada vez melhor, e os clubes cada vez mais fortes. Muitos consideram a melhor Liga atualmente. É um campeonato com muita emoção. Os jogos são disputados com um ritmo intenso. Espero me adaptar rápido e triunfar aqui".
A carreira
Desde sua estréia no futebol profissional em agosto de 1996 pelo Corinthians, Deco conquistou 14 títulos. São 3 Campeonatos Portugueses e 2 Espanhóis, além de Copas e Supercopas. Conquistou ainda duas Ligas dos Campeões. Em 2003/04 pelo Porto, e 2005/06 pelo Barcelona. Esse é o objetivo no Chelsea. "Sem dúvida que voltar a ganhar a Liga dos Campeões é meu sonho. E também o sonho do clube", afirmou Deco, antes de embarcar em Londres.

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Meu primeiro encontro com Willy Gonser aconteceu há exatos 40 anos. Corria o ano de 1968 e numa bela tarde de sábado cruzei com o Fritz nas cabines do lado da Rua Mauá – ainda de madeira – do Estádio Belfort Duarte, hoje Couto Pereira, em Curitiba.

O começo da história
Eu estava narrando futebol há 4 anos na Rádio Nereu Ramos de Blumenau quando fui a Curitiba para acompanhar o amistoso Coritiba e Palmeiras. Na época só havia a Radional que fornecia as linhas de transmissão. E como só tinha uma para Blumenau, Israel Correia (locutor da Nereu) que tinha trabalhado na B-2 ligou para a emissora e pediu que incluíssem o nosso prefixo na transmissão. Enviaram-me à Curitiba com o objetivo de dar um alô para o mundo através das possantes ondas curtas da Clube pelas quais a Rádio Nereu Ramos retransmitiu o jogo. Ao chegar nos estúdios da Rádio Clube Paranaense, na rua Dr. Muricy conheci Durval Monteiro que seria o repórter do jogo ao lado de Norberto Trevisan. Rumamos para o estádio a bordo da Rural Willys da emissora. Em lá chegando o Durval foi me apresentando aos demais colegas. Augusto Reis estava escalado para transmitir a partida na B-2. Com a chegada do chefe Willy Gonser, e a pedido do Durval acabei narrando o segundo tempo. O Coritiba venceu por dois a zero. Terminada a partida Willy e eu fomos jantar no restaurante do Coritiba. Willy era muito amigo do Lázinho que o tinha levado para a Rádio Nereu Ramos em 1960. De repente apareceu Maurício Fruet e foi logo desatando o nó: “Esse é o alemão de Blumenau que transmitiu o jogo?”. E ao me cumprimentar sentenciou: “quero você narrando na Rádio Emissora Paranaense” (que era a grande concorrente da B-2). Infelizmente a minha ida para Curitiba não se confirmou na época. A partir de então os contatos com Willy Gonser foram se sucedendo em transmissões esportivas. Em 1972 cruzamos no Maracanã num clássico Flamengo e Fluminense, acho que foi no dia 7 de Setembro. Alguns dias depois recebi o convite para fazer testes na Jovem Pan para onde fui em 1973, foto.

Onze Copas
Willy Fritz Gonser, seu nome de batismo é paranaense de Curitiba. Começou cedo na “latinha”. Já aos 13 anos trabalhava em carros de alto-falantes em festas, quermesses e até em estádios de futebol lendo os comerciais, narrando o “footing” dos jovens nos estádios de futebol. Ingressou no rádio em Curitiba onde atuou nas rádios Marumby, Curitibana, Clube e Independência, Gaúcha (Porto Alegre), Continental e Nacional (Rio), Jovem Pan (São Paulo) e desde 1979 está na Rádio Itatiaia de Belo Horizonte. Também trabalhou na TV Paraná, Canal 6, Paranaense, canal 12, Gaúcha de Porto Alegre, canal 12 e TV Horizonte em Belo Horizonte. Um dia Flávio Araújo grande locutor do Escrete do Rádio desembarcou em Curitiba e levou Willy Gonser para a Rádio Bandeirantes. Na estréia A Gazeta Esportiva estampou um anuncio nas duas páginas centrais. Depois da estréia a história mudou. Retornando à Curitiba para providenciar sua mudança foi impedido pelo Diretor-Presidente da Rádio Independência de deixar à emissora. Mais tarde saiu em busca de um lugar ao sol. Transmitiu as Copas do Mundo de 1962/70/74/78/82/86/90/94/98/2002 e 2006 pelas rádios Gaúcha, Nacional e Itatiaia onde vai completar 30 anos em 2009. Na rádio mineira acabou se transformado na referência da narração esportiva dos jogos do Clube Atlético Mineiro. É chamado de locutor oficial do Clube Atlético Mineiro.

Passagens curiosas
Willy teve comigo algumas passagens que merecem registro. Nossa amizade aumentou com a minha ida para a Jovem Pan tanto que acabamos ficando cumpadres. Batizei o Dr. Cláudio Gonser e ele o Dr. Edemar Annuseck Junior. Quando saiu da Jovem Pan em 1973 ingressando na Rádio Gaúcha propôs a minha ida para Porto Alegre. Acho que pedi muito. Acabou indo o Haroldo de Souza. No final de 1973 a bordo do Volkswagen TL Azul Diamante trouxe a família para passar as férias conosco na casa que eu mantinha em Blumenau, apesar de já estar radicado em São Paulo. Como gostávamos de uma “loirinha gelada” degustamos algumas com meu sogro Alfredo Kindermann, na área verde e florida defronte a casa que ficou conhecida à partir de então como o Jardim da Cerveja. É que fazia muito calor em Blumenau (uns 37 graus) e como diria mais tarde o Willy: “fomos obrigados a tomar umas 21”. Deixamos as três restantes para o dia seguinte. Quando saiu da Rádio Gaúcha para a Rádio Nacional do Rio, Willy teve uma problema muito sério na viagem de Porto Alegre ao Rio. Ao volante do possante TL notou uma luz piscando incessantemente no painel do carro. Após encontrar um posto parou para verificar o que estava acontecendo. Foi informado que precisava trocar o óleo do motor. Descobriu então que o carro - que já tinha 80 mil km rodados - nunca tinha feito à troca de óleo. “Willy com a maior cara de pau” saíu-se com esta:“ Ué, mas eu não sabia que este carro usava óleo”. No dia 26 de Maio recebi o telefonema do Willy que estava retornando a Belo Horizonte depois de narrar no domingo o jogo dos Atléticos, aquí em Curitiba. Aliás com ele é sempre assim. Nunca lembra do telefone do cumpadre, e quando lembra já está retornando.

Reconhecimento
Tomei conhecimento que seu nome deverá ser incluído no Guinness World Records, antigo Guinness Book o livro dos recordes. Willy Fritz Gonser é o narrador esportivo em atividade que mais campeonatos mundiais transmitiu. Que venha logo esse registro e homenagem ao maior narrador de futebol do Paraná e um dos maiores do rádio esportivo brasileiro de todos os tempos. Enquanto não vem à homenagem do Guinness World Records, faço a minha homenagem a Willy Fritz Gonser, "O mais completo narrador esportivo" também conhecido como “Fritz” ou “Alemão”. Prá fechar uma que me contaram do seu início de rádio em Curitiba. Estava o Willy a comandar um programa esportivo quando a emissora passaria a transmitir um casamento importante. A passagem do som para a igreja teria sido com as seguintes palavras: " A Rádio Marumby de Curitiba passa neste instante a falar diretamente da Catedral Metropolitana de Futebol". É isso aí.