Depois do que aconteceu na Copa do Mundo esperava-se que os
dirigentes do nosso futebol se conscientizassem que é hora de mudar. O
investimento em jogadores de outros países e o repatriamento de outros não vai
acrescentar muita coisa ao nosso futebol. O que os clubes precisam é “lapidar”
novos jogadores em suas divisões de base. O Brasil sempre foi exemplo de
futebol criativo e respeitado no mundo. Lembro-me de um jantar com alguns
amigos da Alemanha no dia em que conquistou a Copa do Mundo na Itália. Um dos
amigos – Uwe Seller – um dos maiores goleadores do futebol germânico queria saber
como surgem tantos jogadores novos no Brasil. Fiz ver a ele que pela dimensão o
Brasil tinha muitos locais para os jovens mostrarem suas aptidões no trato com
a bola. Em 1990 ainda existiam muitos campos de várzea onde as peladas corriam
soltas e os futuros craques surgiam. Hoje os clubes precisam retomar seu
investimento em revelar jogadores e não em gastar verdadeiras fortunas trazendo
de volta jogadores que já deram o que tinham que dar. As dívidas vão aumentando
a cada dia e com os altos salários pagos a jogadores de pouca qualidade nosso
futebol vai ter cada dia mais problemas. Parece que a lição da Copa do Mundo
não foi assimilada pelos clubes. É isso aí.