quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

OS GRANDES NOMES DO RÁDIO

Por uma consulta feita pelo amigo Márcio Campos Sales, ex-árbitro de futebol e professor de Educação Física, postei hoje no facebook uma relação de grandes profissionais do rádio de São Paulo que já nos deixaram. Falar de quem está vivo, no auge é fácil, triste é ver o esquecimento dos amigos. É a tal frase “Rei morto, rei posto”.

Carta despedida
Essa relação abro com Cândido de Paula Garcia, o Candinho, o morcêgo, o amigo que faleceu em  6 de Dezembro de 2003. Reedito a carta que me enviou seis meses antes de morrer. Vejam a íntegra:
Era uma vez um jovem cheio de esperança. A mãe queria que ele fosse médico. O avô, com quem foi criado, torcia por um diploma de engenheiro. O rapaz não deu ouvidos pra família, seguiu seus próprios desejos.
Desde pequeno devorava notícias esportivas nos jornais, ouvi todos os programas de rádio. Deu no que deu. Freqüentava redações e redações, foi ser jornalista. Jamais poderia imaginar quão errada tal decisão. Não que a profissão pudesse diminuí-lo. Ao contrário, o bom profissional se faz respeitar. Seja médico ou engenheiro, mecânico ou bancário, importante é gostar do que se faz. Mais do que isso, gostar e fazer bem o que se faz. 40 anos de viagens e reportagens, sob chuva ou sol, falando ou escrevendo.
O rapaz, hoje envelhecido pelo tempo, achou que sua decisão foi correta. O jornalismo lhe deu alegrias, novos amigos, fê-lo conhecer gente e lugares diferentes. As tristezas só chegaram no fim do sonho. O sonho virou pesadelo. A profissão regrediu, perdeu seriedade, é mal remunerada. Mais que a tristeza, dói a decepção.
O médico estaria com seu bisturi operando doentes, salvando vidas. O engenheiro criando projetos bem calculados, obras que se eternizam. O jornalista não escreve mais, ou escreve pouco, é policiado e descriminado. Não há mais tempo para ele mostrar o que aprendeu. Que leve tudo para o túmulo. Se nada mais lhe resta, a não ser o silêncio, que se cale pra sempre. Que reflita melhor na próxima vida.
Use as lições desta passagem, sem idealismo e sem falsos amigos. Fique sozinho, mas seja sadio mentalmente. O sorriso da vida é mais que uma conta bancária. Seja feliz no seu interior. A decepção no trabalho enterre-as com a podridão deste mundo. Olhe uma rosa e curta sua cor e seu cheiro. As flores sabem viver no jardim ou no pântano. Neste começo do fim, não permita que lhe roubem as pétalas do seu coração. Regue sua alma com a certeza de que uma flor ainda cresce dentro de ti.
“Cândido Garcia, jornalista e amigo.”
Os nomes
Já nos deixaram além de Cândido de Paula Garcia grandes profissionais do rádio esportivo como Randal Juliano, Walter Abrão, Wilson de Freitas, Ávila Machado, Luís Góis, Antônio Rangel, Luís Noriega, Barbosa Filho, Geraldo Blota (GB), José Italiano, Milton Peruzzi, Victor Moran, Pedro Luís, Mário Morais, Mauro Pinheiro, Wellington Cintra, Rui de Moura, Antônio Sola, Loureiro Junior, Marco Antônio Matos, Ênnio Rodrigues, Darcy Reis, Roberto Silva, Fiori Giglioti, Benê Braga, Otávio Muniz, Azevedo Marques, Israel Gimpel, Benjamin Aluane Neto, Leônidas da Silva, Hélio Ansaldo, Álvaro Paes Leme, Eli Coimbra, Gerdy Gomes, Geraldo Bretas, Flávio Iazzetti, Geraldo José de Almeida, Estevam Sangirardi, Serginho Leite, Oswaldo dos Santos, Luís Augusto Maltoni, Humberto Mendonça, Pinheiro Neto, Walter Fonseca, José Carlos Silva, Wilson Brasil, Mario Garcia, Romano Neto e Hamilton Galhano. E lembro os nomes dos operadores de externa como Natal Baldini, Manoel Luzia Jaime, José de Souza, Heleno José e dos que operaram na Central Interna das rádios como Paulo Freire, Chico Vieira, Hélinho Chagas e Claudio Durante que faleceu hoje. Isso sem falar de Reali Jr., Fernando Vieira de Melo, Antônio Del Filiol, Ubirajara Valdez, Luís Menegatti do jornalismo da Jovem Pan, do grande Vicente Leporace, Edson Guerra, Alexandre Kadunc, Hélio Ribeiro, Antônio Carvalho entre outros.
“Não esqueça dos seus colegas e amigos para não ser esquecido um dia”.