Nesta quarta-feira no jogo entre Coritiba e J.Malucelli
no Couto Pereira, o capitão Alex vai completar seu milésimo jogo como
profissional. Seu jogo mais importante foi justamente há quase 19 anos atrás,
também pelo Campeonato Paranaense. “Sem a estreia não haveria nada disso. Não
estaríamos falando do milésimo jogo. De repente eu nem teria iniciado no
Coritiba. Não teria tido a oportunidade de ter ido para o Palmeiras, Cruzeiro,
Flamengo e ter jogado na seleção. De ter jogado na Turquia e ter passado um
período na Itália. Então, para simbolizar os mil jogos com certeza é a estreia
porque faz à abertura de tudo isso” lembrou Alex. O primeiro jogo foi em 2 de
abril de 1995 contra o Iraty. Alex foi lançado pelo técnico Paulo Cesar
Carpegiani e o Coritiba venceu por 2 ×1 em partida realizada em Irati.
Balanço
Recebendo homenagens do Coritiba, torcedores, amigos e
imprensa, Alex faz um balanço da carreira. “Valeu muito a pena. Essa média caiu
um pouquinho, porque teve aquele período de briga com o Parma entre 2000 e 2002
onde eu joguei menos. Foi o período em que eu passei pelo Flamengo. Passei um
pouquinho pelo Palmeiras jogando em períodos curtos sempre emprestado. Acredito
que esse milésimo jogo, caso tivesse acontecido de uma maneira natural entre
2000 e 2002, já teria acontecido e essa média hoje poderia ser um pouco maior.
Mas mesmo com essa situação desses problemas neste período de 2000 a 2002, com
certeza eu joguei bastante e tive a sorte de ter poucas lesões. Nunca tive
nenhuma lesão grave nesse período todo. O que me deixa mais satisfeito é que
onde eu tive a oportunidade de jogar eu ajudei de alguma forma. Esses clubes me
ajudaram bastante. Mas eu também, nesse período em que participei, consegui
deixar a minha contribuição”. Em quase 19 anos sua média anual é de 52 jogos
por ano.
Mais
de mil jogos
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Torneio de Toulon na França em 1996 |
Atualmente em atividade só há três atletas com mais de
mil jogos como profissional. O galês Ryan Giggs do Manchester United, o goleiro
Rogério Ceni do São Paulo e o meia Zé Roberto do Grêmio. Alex sabe que é muito
difícil atingir esta marca. “Eu acredito que tem que ter um pouquinho de sorte
também para não se lesionar. Muitas vezes, quem teve lesão grave, te tira por
um período grande. Quem tem lesão, principalmente de joelho, perde aí no mínimo
seis meses de carreira. Perde vários jogos e isso complica um pouco. Então eu
tive essa sorte. Eu tive lesões, mas lesões pequenas ao longo da carreira. Nada
que me tirasse por um tempo mais longo. E junto da minha sorte é de você poder
estar sempre disputando a posição de ser titular do seu time. Disciplinarmente,
tomar poucos cartões para não perder jogos. Não ter suspensões, que de repente
o atleta é suspenso durante algum período e também perde jogos. E desses nomes,
o Giggs já passou dos 40 anos, o Rogério Ceni e o Zé Roberto acredito que façam
40 anos este ano.
São jogadores que iniciaram antes de mim e continuam
jogando com toda a qualidade. E mesmo assim não tem tantos jogos a mais do que
eu. Isso é interessante, é importante, é uma marca boa e é uma demonstração que
fiz as coisas direito. E contei um pouquinho com a sorte para que pudesse
chegar a este número no jogo de quarta-feira”.
A
volta
Alex retornou ao Brasil no final de 2012 após jogar
oito anos no Fenerbahçe. Completar o milésimo jogo no clube que começou tem um
grande significado para ele. “Sim, é especial porque quando eu retornei para o
Coritiba deixei bem claro que era o fechamento de um ciclo. Onde eu iniciei,
fui para o Palmeiras e comecei a circular. E esse círculo se fecha no Coritiba.
É claro que eu jamais posso deixar de agradecer ao Palmeiras, agradecer ao
Cruzeiro, agradecer ao Flamengo, ao Parma, ao Fenerbahçe. As oportunidades que
os treinadores me deram na seleção brasileira. Porque foram esses lugares,
esses clubes e a seleção que me deram a chance de poder iniciar esse ciclo e
terminar aqui no Coritiba. E os jogos passam por essas equipes. Equipes onde eu
passei um bom período. Onde joguei um bom número de jogos. Então realmente
tenho que agradecer sempre. Isso eu faço questão sempre que tenho a
oportunidade, porque realmente fui muito bem tratado. Com exceção ao Parma,
onde eu sempre tive briga, nos outros lugares sempre fui bem tratado. E tirando
o Flamengo, onde fiquei pouquíssimo tempo, foram apenas dois meses. Fenerbahçe,
Cruzeiro, Palmeiras e o próprio Coritiba sempre me trataram muito bem. Eu pude
jogar o meu futebol e dar a minha parcela de contribuição no período em que
estive nesses times. O meu agradecimento é sempre grande. E a felicidade de
poder estar completando no meu time ela se torna maior porque fecha um ciclo.
Aquele ciclo que se iniciou em 1995 ele começa a ser encerrado a partir desse
milésimo jogo com o Coritiba” finalizou.
Jogos
que marcaram
Em 02/04/95 – Iraty 1×2 CORITIBA pelo Paranaense
(Estreia); 13/12/95 – CORITIBA 3×0 Atlético pela Série B (fez 1 gol e o Coritiba
voltou a primeira divisão do Brasileiro); 26/05/99 – PALMEIRAS 3×0 River Plate
(fez 2 gols); 06/12/03 – CRUZEIRO 5×2 Fluminense (fez 2 gols); 22/04/12 –
Galatasaray 1×2 FENERBAHÇE (de virada, com assistência de Alex na casa do
adversário).
Números
da carreira
Pelo Coritiba jogou 174 partidas, marcando 60 gols;
foram 241 jogos pelo Palmeiras com 78 gols; 19 partidas pela Seleção Olímpica
do Brasil com 8 gols; três gols pelo Flamengo em 12 jogos; 121 partidas pelo Cuzeiro
com 64 gols; cinco jogos no Parma da Itália fazendo 2 gols; no Fenerbahçe da
Turquia atuou em 378 jogos marcando 185 gols e pela Seleção Brasileira 49 jogos
e 12 gols marcados. Na soma total foram 999 partidas e 412 gols marcados.
Obs: Texto enviado pela Fellegger and Felleger que
assessora o jogador.