A perda de credibilidade do rádio tem reflexos diretos
no rádio esportivo brasileiro. Com as famigeradas terceirizações, aluguel de
prefixos, permitida pelo Ministério das Comunicações o rádio mudou muito e para
pior. É por esses absurdos que qualquer pessoa mesmo sem qualificação está
narrando, comentando ou fazendo reportagens no rádio esportivo. É só trazer um
anunciante que o espaço se abre rapidamente. Na terceirização de espaços, no
aluguel de prefixos é que o rádio começou a perder a credibilidade. Na
terceirizadas trabalha quem vende publicidade. Nos prefixos alugados os
salários também não permitem ao profissional só um emprego. O mesmo ocorre para
quem tem registro em carteira nas emissoras. O profissional se vê na
necessidade de vender uma publicidade para acrescentar mais algum no salário ou
procurar um segundo emprego. Mesmo nas grandes emissoras não há mais
exclusividade. Tudo porque os salários estão aquém das necessidades de cada um.
Como pode o locutor esportivo, por exemplo, sobreviver com três ou quatro mil
reais de salário? Ele se vê obrigado a procurar um segundo emprego e até um
terceiro. Ele deixa de ser exclusivo. E é aí que despenca a credibilidade. Por
extensão cai a qualidade, a audiência e o próprio faturamento das emissoras. O
ouvinte liga o rádio de manhã e ouve o profissional em ação. Logo após o almoço
passa por outro prefixo e ouve a mesma voz. Mais tarde liga a televisão e lá
está o profissional no ar. E não venham dizer que se pode ter o mesmo
rendimento quando se é obrigado a sair correndo de um emprego para cumprir
horário num segundo ou terceiro. Quem dirige rádio deveria saber que o ouvinte
não é burro, o anunciante não joga dinheiro no ralo e as agências de
publicidade já estão optando por outras mídias. É hora de acordar para essa
triste realidade do rádio brasileiro. Não adianta melhorar a qualidade técnica
das emissoras. O rádio precisa mesmo é readquirir sua Credibilidade. É isso aí!