segunda-feira, 29 de março de 2010

PORQUE OS TÉCNICOS?

Tenho observado atentamente o comportamento dos grandes times de São Paulo nesta temporada. Já estamos chegando ao final de Março, do Campeonato Paulista, em plena disputa das Copas do Brasil e Libertadores e muitas dúvidas no ar. Corinthians, Palmeiras e São Paulo tem problemas sérios para serem resolvidos nas competições que estão disputando. E que poderão continuar até o final do ano se as providências não forem tomadas. Começo pelo Corinthians, que investiu pesado para o ano do seu centenário. O time atual não consegue engrenar, não repete nem de longe o início de 2009 quando ganhou o Paulistão e a Copa do Brasil. Nessas competições Mano Menezes montou o melhor time do Corinthians dos últimos anos. O futebol do Corinthians era gostoso de se ver. A partir da saída de André Santos, Cristian e Douglas, foram feitas muitas contratações. Mas, até hoje o Corinthians jamais repetiu aquelas atuações. O Palmeiras demitiu Vanderlei Luxemburgo contratou Muricy e mandou embora Muricy. Contratou Antonio Carlos Zago após a derrota para o São Caetano, que ele dirigia. E até agora o time está “cambaleando”. Porque? Porque o problema do Palmeiras não estava nem em Luxemburgo, nem em Muricy. O problema do Palmeiras é a falta de qualidade dos jogadores que compõem o elenco. E vai ser difícil acertar pois há a necessidade de pelo menos 7 contratações. De jogadores que venham já como titulares. E onde encontrá-los?. No São Paulo o problema é idêntico. Mandaram embora Muricy e contrataram Ricardo Gomes. Esqueceram de contratar jogadores de qualidade a exemplo do Palmeiras. Jogadores de qualidade, esta é a palavra chave. O duro é ver dirigentes que se dizem entendidos no futebol não enxergar o que ocorre. Não estou defendendo os treinadores - que também erram e até muito às vezes - mas, pela experiência e conhecimento, mostrar uma realidade visível. E a falta de condições financeiras para investimentos certos também está na ordem do dia. É por isso mesmo que o Santos saíu na frente e busca nos jovens revelados em casa suprir suas necessidades. A culpa do atual comportamento dos grandes clubes passa pela qualidade dos jogadores e pela falta de visão dos dirigentes É isso aí.

JORNALISMO ESTÁ DE LUTO

Faleceu na manhã de hoje aos 83 anos um dos ícones da imprensa brasileira, Armando Nogueira. Acreano de Xapuri, nascido em 14 de Janeiro de 1927, Armando Nogueira começou no jornalismo esportivo do Rio de Janeiro no ano da Copa de 1950, no Jornal Diário Carioca. Passou pelo Diário da Noite, Revista Manchete, O Cruzeiro, Jornal do Brasil, entre outros. Convidado por Walter Clark ingressou na Rede Globo em 1966 onde implantou com Alice Maria o telejornalismo na emissora. Criou o Jornal Nacional e o Globo Repórter. Permaneceu na Globo por mais de 25 anos. Foi testemunha ocular do atentado a Carlos Lacerda na Rua Toneleros. Escreveu sobre o acontecido e acabou fazendo história no jornalismo brasileiro. Em 1989 foi aposentado pela Rede Globo ao não concordar com a edição do debate Fernando Collor e Luis Inácio Lula da Silva. A matéria editada na opinião de Armando Nogueira teria favorecido o candidato Fernando Collor.


Duro, crítico
Quem trabalhou sob o seu comando dizia que Armando Nogueira cobrava sempre muito profissionalismo, era duro e também crítico. Foi ele que apelidou o narrador Milton Leite da Sportv de Lord. Armando foi Diretor de Jornalismo da Rede Globo (1974-1990), comentarista esportivo de jornal e tevê. Era apaixonado pelo seu Botafogo desde os tempos de Carlito Rocha. Armando Nogueira era formado em Direito. Nos últimos tempos integrava a equipe da Sportv e continuava escrevendo a coluna Na Grande Área, publicada por 62 jornais. Escreveu livros como Drama e Glória dos Bicampeões (com Araujo Neto), Bola na Rede, Na Grande Área, O Homem e a Bola, Bola de Cristal, O Vôo das Gazelas, A Copa que Ninguém Viu e a Que Não queremos Lembrar (em parceria com Jô Soares e Roberto Muylaert), O Canto dos Meus Amores, A Chama que não se Apaga e A Ginga e o Jogo. A partir de 1954 esteve em todas as Copas do Mundo e desde 1980 em todos os Jogos Olimpicos. Armando Nogueira faleceu vítima de câncer em seu apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro. Perde o jornalismo brasileiro um dos mais respeitados e importantes profissionais.