O Santos FC está completando neste sábado 100 anos de
existência. Existência das mais gloriosas de um time de futebol no mundo.
Grandes conquistas, grandes jogos e grandes jogadores revelados para o mundo.
Ao tempo de Pelé o Santos vivia no exterior jogando quase todos os dias.
Orlando Duarte de Figueiredo, o Eclético, um dos maiores jornalistas da
história do jornalismo impresso, televisivo e radiofônico deste país esteve
sempre ao lado do Santos nessas excursões. E participava também dos treinos
para completar o grupo de jogadores a disposição do técnico Lula. Em
determinada prática, Orlando marcou três gols em passes recebidos de Pelé e
Cia. No dia do jogo um jornal asiático publicou uma foto de Orlando Duarte
marcando um dos gols e na primeira página anunciando ser ele a nova revelação
que o Santos estaria preparando para jogar ao lado de Pelé. Outro dia nos
encontrarmos e a primeira coisa que Orlando Duarte disse foi: "Que
cobertura fizemos nos Jogos Olímpicos de Seul, hein". Foi uma das melhores da minha carreira disse o Eclético. E eu acrescentei... da minha também. Até agora nenhuma rádio anunciou a
transmissão dos esportes coletivos dos Jogos de Londres. Só se fala em
boletins. É muito pouco para o rádio.
Vem aí uma nova equipe esportiva em FM. Pretende
estrear no Campeonato Brasileiro se os ajustes técnicos e eletrônicos estiverem
concluídos. Nomes de expressão do rádio paulista atualmente fora do microfone,
preteridos em favor de mediocridades, poderão compor esse novo prefixo.
Consagrado homem da publicidade de São Paulo contou-me essa semana que as
emissoras tradicionais do AM ainda conseguem patrocínio, mas já não tem mais o
faturamento de outros tempos. Os anunciantes não concordam com as transmissões
feitas dos estúdios o que na verdade tornou-se hábito das rádios por ser mais
econômico. E quanto mais transmitirem dos estúdios mais diminuirá o
investimento das grandes empresas em publicidade. Isso lembra a história de
determinado homem de rádio que dizia: "primeiro precisamos faturar para
depois comprar equipamentos e investir em transmissões esportivas". A
história comprova que ninguém vende nada se não tiver o produto para oferecer,
logo...
O rádio paranaense passa novamente por turbulências
envolvendo emissoras cujos proprietários não são do ramo e com pessoas dirigindo e que também não são da área. Uma dessas rádios deverá diminuir
sua equipe esportiva, fazer cada vez mais off-tube e jogar no lixo o projeto
implantado há poucos meses com a participação de competentes profissionais.
Enquanto isso outra emissora tradicional que esteve nas mãos de um mesmo
empresário por décadas e comercializada há dois anos vai diminuir o espaço para
o esporte ou até extingui-lo em favor de faturamento oriundo do aluguel de
horário para uma igreja. Será que isso um dia vai acabar? Será que o Ministério
das Comunicações e a Anatel estão observando as tercedirizações (locação de horários) que ocorrem
no rádio brasileiro. Outorga de rádio que o go/verno concede (até que se mude a Lei) é para ser
explorada por quem a obteve e não por terceiros. O Brasil continua sendo o país do "levar vantagem", Lamentável.
Aqui em São Paulo o baixo índice de audiência de uma
emissora que transmite futebol continua de acordo com o último Ibope. Quem
dirige ainda não se tocou que precisa colocar gente qualificada nas
transmissões esportivas. Quantidade nem sempre significa qualidade. E não
adianta formar redes pelo país afora, pois o que vale para os anunciantes é o
IBOPE de São Paulo onde se localizam os grandes patrocinadores e a publicidade
é assinada. As transmissões esportivas no AM também enfrentam outro dilema: o
som que comparado ao FM perde muito em qualidade. A esperança está na
digitalização que dizem deverá ser concluída em até quatro anos. Essa história
é velha e como diria o falecido humorista Chico Anísio: "só acredito
vendo". .
Aguarda-se com expectativa a reativação das Ondas
Curtas da Rádio Guarujá de Florianópolis hoje pertencente à Sociedade Catarinense
de Comunicações propriedade da família Joffre Amaral de Lages. Quando iniciei
na Rádio Nereu Ramos transmití muitos jogos no Estádio Vidal Ramos Junior e no
Vermelhão. Numa dessas viagens estive com Camargo Filho visitando a Rádio Clube
onde conheci a Carlos Joffre do Amaral, o patriarca da família. Foi de São
Paulo para Lages lá por 1930 e dez anos depois como consertava rádios criou um
serviço de alto-falantes conhecido como a Voz da Cidade. Em 1947 colocou no ar
a Rádio Clube de Lages, pioneira do Planalto Serrano. Foi sucedido pelo
primogênito Dr. Roberto Amaral, Engenheiro em Telecomunicações. Hoje a Rádio
Clube de Lages faz parte do Sistema Catarinense de Comunicação (SCC) que
retransmite o SBT de Silvio Santos para Florianópolis, Lages, Joinville,
Blumenau, Criciúma, Joaçaba e logo para Chapecó. Fazem parte do SCC além da
Rádio Clube a CBN, TV Araucária, Gralha Azul de Urubici, Guarujá de Florianópolis
e outros meios de comunicação.
E pra encerrar a semana: Lá pelos anos 70 Etty Fraser
apresentava um programa de culinária de grande audiência na televisão
brasileira. Como na época as transmissões por satélite ainda eram deficientes,
seu programa era gravado em São Paulo e enviado em fita de rolo para o Rio de
Janeiro. Certo dia mandaram dois rolos para a televisão no Rio. Colocado o primeiro
no ar, terminava com a apresentadora preparando uma lasanha e colocando no
forno. Na volta dos comerciais foi inserido o segundo rolo com Etty Fraser
abrindo o forno e retirando dele uma maravilhosa "pizza!. Choveu telefonema na
televisão. Todos querendo saber o segredo de como lasanha virou pizza no forno...
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