sábado, 6 de março de 2010

FIFA DIZ NÃO A TECNOLOGIA

Terminou neste sábado em Zurique na Suíça a 124a. Assembléia Geral da International Football Association Board (IFAB), presidida pela FIFA. Nesse encontro em que vários assuntos foram analisados antes da Copa do Mundo da África do Sul, foi rejeitado o uso de tecnologia para auxiliar os árbitros nas decisões no jogo. O site da FIFA esclarece: “que foi decidido que não se seguirá via dos recursos tecnológicos para verificar se a bola cruzou a linha de fundo. A IFAB decidiu não tomar a direção das tecnologias da linha do gol e interromper todas as experiências na matéria”.

Pergunta simples
De acordo com Jerôme Valcke secretário-geral da FIFA a pergunta feita aos membros da IFAB era simples: “devemos, sim ou não, introduzir a tecnologia no futebol?. A resposta majoritária foi NÃO, embora sem unanimidade.”
 
Aspecto humano
Diz mais o comunicado da FIFA: “A decisão se justifica por diversos fatores, mas o mais importante deles certamente é a própria filosofia do esporte. O aspecto humano é essencial para o futebol, explicou o representante da federação galesa, Jonathan Ford. “Os grandes momentos desse esporte, quaisquer que sejam, mexem com as emoções dos torcedores e fazem parte da história. São eles que dão vida ao futebol. “Todos concordamos que a tecnologia não deve entrar no futebol pois desejamos que ele continue sendo humano, é aí que está a sua beleza”, disse o representante da federação norte-irlandesa, Patrick Nelson, que completou:”Os torcedores voltam a falar dessas partidas, as recriam.”


Futuro do futebol
A decisão adotada sobre um tema tão importante certamente despertará reações, mas ela não se resume a uma preferência técnica. “Temos consciência de qual poderia ser a reação do público“, afirmou o representante da federação inglesa, Ian Watmore. “Vimos apresentações que tinham bons argumentos, o que foi muito positivo, mas a pergunta que nos fizemos consistia em saber se o futuro do futebol passa pela tecnologia, e a resposta foi não“, completou. “Um dos sistemas prevê a colocação de um chip na bola, e o outro utiliza câmeras instaladas no gol“, explicou o representante da federação escocesa, Gordon Smith. “Se implementarmos esses recursos para a linha de fundo, por que não estendê-los ao impedimento e a outras ações duvidosas, até acabarmos no vídeo? Não foi o que ficou decidido. Queremos manter o futebol como ele é“, continuou Valcke. “Não queremos que as partidas sofram interrupções constantes“, arrematou Ford.

Reflexão
Valcke explicou que a decisão não foi tomada de maneira irrefletida. “Analisamos todos os estudos e pesquisas. Essa discussão já acontece há muito tempo na FIFA e nas federações que compõem a IFAB. A IFAB é a guardiã das regras, é esta a sua prerrogativa.” Por outro lado, a IFAB tem consciência de que os árbitros precisam ser auxiliados nas suas decisões, e é por isso que as experiências com os assistentes continuam. “Em relação aos árbitros adicionais que atualmente estão sendo testados na Liga Europa, aguardaremos o término da experiência, ao final do torneio, para tomar uma decisão final em 18 de maio, em nova reunião da IFAB“, precisou Valcke. Sobre o papel do quarto árbitro, a questão era saber se ele poderia informar os incidentes ao árbitro principal durante a partida, e não apenas através de um relatório posterior, além de saber de que maneira ele poderia auxiliar os demais árbitros. A decisão relativa à ampliação das suas funções também será tomada em 18 de maio.

Paradinha
A IFAB decidiu ainda adiar a discussão sobre a regra da expulsão em casos de chance clara e iminente de gol, assim como a questão das "paradinhas", que ganharam polêmica especialmente na Copa Africana de Nações e que tem causado muita discussão também no Brasil. A International Board irá se reunir novamente em maio para discutir as duas questões. Em maio será avaliado o uso de árbitros na linha de fundo, como tem sido feito nos jogos da Liga Europa. A competição se encerra no dia 12 e os membros da International Board se reunem nos dias 17 e 18.

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