terça-feira, 22 de abril de 2008

UM FATO EM FOCO

Há 508 anos, Pedro Álvares Cabral descobria o Brasil. De lá para cá, muita coisa aconteceu neste país de quase 190 milhões de habitantes. O brasileiro ainda diverge sobre a realidade nacional. E tem muitas razões para isso. Vejam, por exemplo, o futebol. Os clubes contraíram tantas dívidas que nem o valor pago pelo patrocinador de camisa consegue pôr a casa em ordem. Não fosse o acerto com a televisão, e o futebol do Brasil já estaria à deriva, há muito tempo. Hoje, clubes como Grêmio, Atlético Paranaense, Corinthians, Santos, Vasco da Gama, só para citar alguns, não têm dinheiro para investir. E aqui em Curitiba há ainda o caso do Atlético, que recusou a verba oferecida pela RPC para que suas partidas do Campeonato Estadual fossem transmitidas. Além dos 500 mil reais postos à disposição pelo canal, o clube receberia mais 400 mil, na hipótese de sagrar-se campeão. Não aceitou. Para a RPC – Rede Paranaense de Televisão – o campeonato terminou no último domingo com a confirmação do Atletiba nas finais. A marca de um clube tem seu preço, é evidente, e cada um pede o que lhe parece convir. Mas a diretoria do Atlético precisa entender que Curitiba não é São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e, tampouco, Porto Alegre. Na publicidade, Curitiba ainda é uma principiante. Na capital paranaense, muitas emissoras de rádio e diversos canais de tevê aberta e fechada aceitam qualquer verba publicitária para faturar. Modestamente penso que o Atlético está equivocado: primeiro, por recusar a proposta oferecida pela RPC; depois, pela infactível pretensão de cobrar de cada rádio curitibana 15 mil reais por jogo transmitido. Nenhuma emissora local fatura tal quantia por jogo. É chegada a hora de o rubro-negro das araucárias dizer adeus ao reino do faz-de-conta. A realidade dos grandes centros é uma. A de Curitiba, outra, e bem diferente. É isso aí.

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