O futebol brasileiro depois do vexame da Copa vive uma
situação muita delicada. Já tem gente pedindo que um resultado que não seja de
goleada e uma boa apresentação esta noite diante da Venezuela sirva para
demitir todos os jogadores, a atual comissão técnica e começar de novo. O
caminho talvez não seja bem esse, mas entendo que infelizmente nosso futebol “dorme”
em cima das conquistas anteriores. Também por isso muitos jogadores da atual
seleção estão no exterior, nem tanto pela qualidade, mas por serem jogadores
brasileiros. Nosso futebol que inspirou os outros países em se atualizarem
acabou parando no tempo e no espaço. Se antes as jogadas maravilhosas de Pelé,
Didi, Garrincha, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto Torres, Newton Santos
maravilhavam o mundo hoje os que nos representam não chegam nem perto disso. E
por falta de organização e visão dos dirigentes dos clubes e da própria CBF o
futebol brasileiro estagnou. Já não assustamos mais ninguém. E por aqui também
já não existe mais o mesmo interesse pelos jogos, até da seleção. Nas décadas
de 50, 60, 70, 80 e 90 os estádios recebiam mais de 100 mil torcedores nos
jogos entre os grandes. E é bom lembrar que em 1950 a população brasileira era
de 51 milhões de habitantes. Hoje são quase 220 milhões. Os estádios tiveram
sua capacidade diminuída para atender o chamado Padrão FIFA e hoje 40 mil
torcedores nas Arenas passam a ser um grande público. Isso tudo serviu para dar
força à televisão, especialmente a TV a cabo que agora comercializa a exibição
de partidas e afasta cada vez mais o torcedor dos estádios. Essa situação
dificilmente se modificará até o final da década mesmo que venhamos a vencer a
Copa do Mundo de 2018. O brasileiro está perdendo cada vez mais a “tesão” pelo
o futebol. Ouço com frequência as pessoas dizerem: “Por favor, nem fala do
futebol”. Situação caótica, triste e lamentável. É isso aí.
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